Equador ‘é como a garota bonita do bairro’

O Equador tem oportunidades de investimento no setor elétrico e, na próxima década, a transição energética é a maior oportunidade que o país terá para consolidar sua rede, segundo um analista.

“O Equador é como a ‘garota bonita do bairro’ para se investir, porque tem demanda e muitos recursos: água, vento, geotermia, recursos que qualquer país gostaria de ter”, apontou José Ramón Gómez, especialista do BID no Equador, durante um fórum sobre inovação e transição energética organizado pela Câmara Equatoriana Britânica em Quito.

O especialista acrescentou que o ambiente de negócios no país tem melhorado e continuará nesse caminho, mas o grande desafio é o financiamento para os diversos projetos, para que possibilitem um crescimento sustentável do setor.

Para obter este financiamento, o país precisa facilitar processos, definir mecanismos de apoio a novos contratos de compra de energia e facilitar o investimento com leis, regulamentos e normas, destacou.

Gómez considera que, em 10 anos, todos os investimentos que estão sendo negociados hoje para o setor elétrico equatoriano terão sido realizados.

“O que vejo são oportunidades. Se eu fosse um investidor, veria de quantos megawatts o Equador precisa, porque existe demanda de vários setores”, disse o especialista.

Gómez acrescentou que, segundo as declarações do presidente eleito, Daniel Noboa, o próximo governo promoverá uma política de distribuição e transmissão do setor elétrico.

Ele lembrou que o Equador está acima da média regional em termos de cobertura, mas precisa levar energia principalmente para as áreas da Amazônia, o que exigiria investimentos de cerca de US$ 600 milhões.

“Essa é uma oportunidade de investimento. Sempre que houver demanda de energia eléctrica, haverá oportunidade”, afirmou.

No mesmo evento, o embaixador britânico no Equador, Chris Campbell, falou sobre a necessidade de o Equador definir seu plano de transição energética, levando em conta que não poderá interromper a produção de petróleo de uma hora para outra.

O Equador – e qualquer outro país do mundo – precisa de flexibilidade e agilidade para mudar sua política. A educação é fundamental para a transição energética, porque se a população não estiver convencida de que ela é necessária, não será possível avançar, acrescentou o embaixador.