Eramet inaugura planta-chave no projeto argentino de lítio Centenario-Ratones

A Eramet iniciou o operação de uma planta de extração direta de lítio na província argentina de Salta como parte do projeto Centenario-Ratones, que iniciará a produção em novembro.

O marco corresponde à primeira fase da iniciativa que, conforme declarou a empresa francesa em um comunicado, possibilitará o fornecimento de insumos para a fabricação de 600 mil veículos elétricos por ano.

No comunicado, a empresa também anunciou um aumento de quase 9% em seu investimento no Centenario-Ratones, totalizando US$ 870 milhões. Na primeira etapa, o projeto deverá atingir uma capacidade de produção de 24 mil toneladas por ano de carbonato de lítio de grau de bateria até meados de 2025.

Centenario-Ratones é um projeto-chave da joint venture entre a Eramet (50,1%) e seu parceiro chinês Tsingshan (49,9%).

A inauguração da usina representa um grande feito, pois está localizada em uma área situada a 4.000 metros acima do nível do mar, o que implica condições climáticas extremas e complicações logísticas para o transporte de equipamentos e materiais.

Sob a liderança da subsidiária local Eramine Sudamérica da Eramet, o Centenario-Ratones possui recursos minerais estimados em mais de 15 milhões de toneladas (Mt) de equivalente de carbonato de lítio (CLE), com uma concentração média de lítio de 407 mg/l em salmoura, afirmou a empresa francesa.

“O ebitda anual é estimado entre US$ 210 milhões e US$ 315 milhões, com base em uma premissa de preço de longo prazo entre US$ 15 mil/t e US$ 20 mil/t de CLE”, acrescentou a empresa.

Já estão sendo realizados estudos para adicionar mais 30 mil t/ano de CLE por meio de uma segunda planta que seria incorporada ao RIGI, o novo regime de investimento da Argentina para grandes projetos.

TECNOLOGIA

A tecnologia de extração direta da Eramet foi testada durante 5 anos em uma planta-piloto nas instalações do Centenario, demonstrando uma taxa de recuperação de lítio na salmoura de aproximadamente 90%. O processo também reduz o tempo de produção de 12 a 18 meses, típicos no método de evaporação convencional, para apenas uma semana, de acordo com a mineradora.