Ericsson prevê que 5G venderá mais que 4G até 2023

A subsidiária da empresa sueca de TI Ericsson no Cone Sul planeja encerrar este ano com o 5G representando cerca de um quarto das vendas de equipamentos e redes de rádio.

No ano que vem, as vendas de 5G devem superar as de 4G, disse à BNamericas o presidente da Ericsson no Cone Sul, Rodrigo Dienstmann.

A Ericsson enxerga um cenário fértil para o 5G na América Latina, já que a implantação está indo mais rápido que o esperado nos países que já contam com espectro disponível para a nova tecnologia móvel.

“No caso do Brasil, há obrigações de cobertura, mas mesmo assim as operadoras estão investindo além da obrigação”, explicou. O mesmo está acontecendo no Chile, onde a concorrência acelerou as implantações.

A situação não é exclusiva do Cone Sul. Recentemente, o presidente da Ericsson para a região da América do Norte e Central, Chafic Nassif, contou à BNamericas que o México “é o lançamento mais escalável de toda a América Latina no momento”.

Para Dienstmann, essa implantação responde ao fato de que há uma demanda reprimida de tráfego na região, o que faz com que as operadoras vejam o 5G como uma ferramenta para lidar com isso com maior eficiência econômica e energética. Além disso, o executivo explicou que a velocidade de substituição de equipamentos móveis acelerou, por isso a base de dispositivos 5G aumentou.

Em países como Argentina, Uruguai e Peru, Dienstmann vê um “apetite por investimentos”.

A Argentina, por exemplo, está em processo de reordenação e limpeza do espectro para abrir caminho para um leilão de espectro 5G que pode ocorrer já no ano que vem.

Na Costa Rica, o espectro acaba de ser liberado nas mãos da estatal ICE para ser leiloado a operadoras privadas em um leilão de 5G em um período não superior a um ano e meio.

A Colômbia, entretanto, está elaborando um roteiro para 5G com operadoras e representantes do setor de telecomunicações.

REDES PRIVADAS

Para que o 5G continue crescendo na região, a Ericsson acredita que as operadoras devem começar a buscar novos casos de uso, além do segmento de massa. Em particular, a Ericsson refere-se à criação de redes privadas com integradores e operadoras.

No Brasil, juntamente com a Claro e a Embratel, a empresa implantou uma rede 5G privada para a fábrica local da fabricante de alimentos Nestlé. Neste projeto, estão sendo realizadas aplicações avançadas como veículos autônomos, sensoriamento e monitoramento remoto por meio de realidade virtual.

Na Argentina, a companhia trabalha com empresas do setor automotivo, ao mesmo tempo em que avalia oportunidades nos setores de mineração e florestal do Chile e visa o agronegócio na Argentina e no Brasil.