Escassez de etano atinge petroquímica da Braskem no México

A gigante petroquímica brasileira Braskem está culpando a petroleira estatal mexicana Pemex pelas taxas de utilização mais baixas em sua fábrica de plásticos em Veracruz.

A Braskem é a maior produtora de plásticos das Américas, além de maior produtora de polietileno do México. Sua planta mexicana de polietileno Braskem Idesa, de 1,05 Mt/a (milhões de toneladas por ano) utiliza etano fornecido pela Pemex como matéria-prima.

Em relatório de produção e vendas divulgado na quinta-feira (25), a Braskem informou que a utilização média da planta no segundo trimestre foi de 78%, 5 pontos percentuais (p.p.) menor que no primeiro trimestre, e 8 p.p. menor que há um ano.

A Braskem justificou o declínio à menor disponibilidade de etano por parte da Pemex, que forneceu à planta 26 mil b/d (barris por dia) da matéria-prima, em comparação com 30 mil b/d no primeiro trimestre e 36 mil b/d no segundo trimestre de 2023.

A Braskem aumentou seus volumes de etano importado no mesmo período. A empresa está atualmente construindo um terminal de importação de etano avaliado em US$ 400 milhões. Localizado em Coatzacoalcos, Veracruz, o objetivo é garantir um fornecimento mais confiável.

A construção deverá ser concluída até o final de 2024. O terminal de importação de etano e o duto terão capacidade de 80 mil b/d de etano e acabarão com a atual dependência que a Braskem tem da Pemex.

A escassez de etano no México é principalmente consequência da queda na produção de hidrocarbonetos do país e da deterioração das refinarias da Pemex.

Os resultados da Braskem no México também foram afetados pela manutenção programada na fábrica de plásticos em abril.

Percentual de taxa de utilização no México. Fonte: Braskem