Escavação mecanizada ganha espaço nos setores de infraestrutura e mineração do Chile

Métodos de escavação mecanizada, como tuneladoras (ou tatuzões) e máquinas de perfuração de poços, estão ganhando cada vez mais importância nas indústrias de infraestrutura e mineração do Chile, e as inovações tecnológicas devem intensificar ainda mais seu uso, de acordo com executivos da empresa alemã Herrenknecht.

Os tatuzões já foram usados em minas chilenas, como El Teniente e Chuquicamata, mas uma dessas máquinas será usada pela primeira vez na expansão do metrô de Santiago, embora em apenas um trecho da linha 7, de 26 km, atualmente em construção.

As autoridades locais afirmaram que as tuneladoras não serão uma solução adequada para todas as novas linhas de metrô, já que o solo da capital é considerado macio demais, mas a diretora de desenvolvimento de negócios, geotecnia e consultoria da Herrenknecht, Karin Bäppler, tem uma opinião diferente.

“A tuneladora de densidade variável também pode ser aplicada às condições do solo de Santiago. Existem projetos comparáveis na América Latina em condições semelhantes – o metrô de Lima, por exemplo”, disse ela em resposta a uma pergunta da BNamericas durante um seminário sobre escavação mecanizada organizado pela empresa alemã em parceria com a organização público-privada de túneis e espaços subterrâneos do Chile CTES.

As tuneladoras de densidade variável podem ser adaptadas às mudanças nas condições do solo por meio de um sistema de conversão, permitindo que elas criem túneis em superfícies mais macias ou duras.

Durante sua apresentação, Bäppler destacou o exemplo da linha B do sistema de metrô de Lyon, na França, onde foi utilizado um equipamento de densidade variável, apesar da alta permeabilidade do solo.

As soluções mecanizadas também estão passando por inovações na indústria de mineração, à medida que as operações começam a se aprofundar no solo em busca de minério de maior teor.

“Não estamos cancelando trabalhos, estamos transferindo para uma série de habilidades superiores”, afirmou o gerente de produtos para mineração da Herrenknecht, Patrick Rennkamp, à BNamericas no mesmo evento, destacando o uso de tuneladoras no setor.

Segundo ele, a escavação mecanizada também é mais rápida que a perfuração e a detonação, já que esses métodos garantem um avanço médio diário de apenas um a dois metros, em comparação com três a quatro metros por dia ao usar soluções como os tatuzões.

Questionado pela BNamericas sobre o impacto dos equipamentos de perfuração em obras civis, como na linha 7 do metrô de Santiago, onde uma escavação projetada em um parque da cidade foi cancelada após protestos de moradores locais, ele afirmou que a Herrenknecht está trabalhando para reduzir o impacto da escavação mecanizada nos arredores do terreno.

“Em geral, temos máquinas com eixo vertical, com uma pegada otimizada”, explicou ele.

A Herrenknecht forneceu soluções de escavação mecanizada para grandes projetos, como a linha 2 do metrô de Lima, no Peru, o túnel subfluvial Riachuelo, na capital argentina Buenos Aires, e a linha 1 do metrô da Cidade do Panamá.

No ano passado, a Codelco, empresa estatal de cobre do Chile, e a Komatsu, fornecedora de equipamentos japonesa, fecharam um acordo para testar uma nova tuneladora na mina de cobre Chuquicamata em 2024. A máquina é equipada com novas tecnologias que permitem que ela se adapte a curvas pequenas, retorne e passe por cruzamentos em escavações de túneis de rocha dura.