Executivos da Petrobras devem visitar países asiáticos

Uma comissão de executivos da Petrobras viajará à Ásia para visitar estaleiros e se reunir com empresas locais nas próximas semanas, disseram à BNamericas duas fontes familiarizadas com o assunto.

O primeiro grupo saiu do Brasil no último fim de semana com pelo menos dois países em seu roteiro: China e Coreia do Sul, onde estaleiros como Cosco, CIMC, CMHI-DM, COOEC, PJOE, Keppel China/Nantong, DSSC, ZPMC, LBT, SWS, Samsung Heavy Industries e DSME estão construindo FPSOs para a estatal brasileira.

Um dos objetivos é fiscalizar os projetos que estão em construção, principalmente plataformas próprias da Petrobras como as que serão instaladas no campo de Búzios (P-78, P-79, P-80,P-82 e P-83).

Representantes da Petrobras também estarão reunidos com operadoras de petróleo e gás e players do segmento de geração de energia renovável.

Jean Paul Prates, CEO da estatal, e o diretor-executivo de engenharia, tecnologia e inovação, Carlos Travasso, devem participar da viagem de negócios.

A China, principal parceiro comercial do Brasil, possui diversas empresas com atuação significativa nos setores de petróleo e gás e energia elétrica do país.

Entre elas estão CNOOC Petroleum Brasil, CNODC Brasil Petróleo e Gás, Sinopec, State Grid, SPIC e BYD.

Os chineses também são os maiores compradores do petróleo bruto brasileiro, produzido principalmente pela Petrobras.

Enquanto isso, a Coreia do Sul é uma importante construtora de FPSO e tem interesse em expandir as atividades no setor de energia do Brasil, fornecendo soluções de mobilidade elétrica e inteligência artificial, entre outras tecnologias.

CONTROVÉRSIA EM LICITAÇÃO

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Sindipetro querem que a Petrobras cancele a licitação do afretamento do FPSO para o programa de revitalização dos campos de Barracuda e Caratinga, na bacia de Campos.

O edital estipula que o percentual mínimo de conteúdo local deve ser de 10%, mas não prevê multa caso essa meta não seja atingida.

“Tão baixo conteúdo local e isenção de multa em caso de descumprimento do índice significa, na prática, aplicação voluntária de teor zero, a depender da disposição do fornecedor, deixando de fora a indústria nacional e o trabalhador brasileiro. É inadmissível”, disse o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, em comunicado.

Ele destacou que um dos compromissos assumidos por Prates foi a retomada da indústria naval por meio de encomendas no Brasil.

Com contrato de 24 anos, o FPSO terá capacidade para extrair até 100 mil b/d de óleo e processar até 6 MMm³/d de gás.

Até o fechamento desta reportagem, a Petrobras não respondeu à BNamericas para comentar esses assuntos.