Forte recuperação da demanda impulsiona investimentos em aeroportos brasileiros

O setor aéreo brasileiro está voltando aos níveis de demanda de passageiros observados antes da pandemia da Covid-19, o que tem estimulado investimentos em infraestrutura aeroportuária.

Em 2024, o setor registrou 118,3 milhões de passageiros em serviços domésticos e internacionais, semelhante ao recorde de 118,6 milhões em 2019.

“O movimento total do ano apresentou um aumento de cerca de 5% em relação ao ano anterior, com 5,6 milhões de passageiros a mais do que em 2023”, disse a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) em um comunicado.

A Covid-19 impactou severamente o setor, pois as instalações foram fechadas depois que os governos impuseram restrições de viagem em 2020 e 2021 para evitar a propagação do vírus.

Os efeitos ainda são palpáveis. No início desta semana, duas das maiores companhias aéreas do Brasil – Azul e Gol – anunciaram a fusão de suas operações. A Gol está sob recuperação judicial.

Mas investimentos também estão no horizonte.

Recentemente, o Ministério de Pportos e Aeroportos lançou uma consulta pública sobre a iniciativa AmpliAR, que visa atrair até R$ 5 bilhões (US$ 820 mi) em investimentos para modernizar aeroportos regionais por meio de concessões. O programa envolve a construção e modernização de até 100 aeroportos de pequeno e médio porte.

Os leilões de concessões aeroportuárias começaram em 2011. Anteriormente, a Infraero administrava as instalações.

Atualmente, empresas do setor privado dominam mais de 90% do segmento, como as empresas locais CCR, Socicam, Invepar e XP, enquanto os participantes internacionais incluem Aena Desarrollo, Vinci Airports, Inframérica, Fraport e Flughafen Zürich.

Enquanto isso, a espanhola Aena, que administra 17 grandes aeroportos no Brasil, anunciou uma nova rodada de investimentos totalizando R$ 4,5 bilhões.

Parte dos recursos será destinada à ampliação e melhoria dos aeroportos de Uberlândia, Uberaba e Montes Claros, em Minas Gerais. A Aena também anunciou um grande plano de investimentos para o aeroporto de Congonhas, em São Paulo.