Fundos de pensão canadenses ainda confiam nos investimentos no Chile

Fundos de pensão e outros investidores do Canadá ainda estão confiantes no potencial do Chile como destino de investimento e otimistas em relação aos projetos de lei propostos para reduzir o período de licenciamento, de acordo com o embaixador do Canadá no Chile, Michael Gort.

“A equipe da embaixada mantém contato regular com os fundos de pensão, e eles continuam apostando no Chile, sobretudo por conta das instituições sólidas e da segurança jurídica existente”, disse Gort em resposta a uma pergunta da BNamericas durante um webinar organizado pela Fundação Chilena do Pacífico sobre a relação econômica entre os dois países.

Fundos de pensão, como Ontario Teachers Pension Plan, PSP e CPPIB, têm carteiras no Chile que incluem investimentos em infraestrutura, energia, agricultura e água.

O Ontario Teachers, por exemplo, detém o controle acionário das concessionárias de água Essbio, Esval e Nuevosur, além de uma participação de 50% na empresa de transmissão de energia Saesa.

Enquanto isso, o CCPIB detém 49,9% da operadora rodoviária Grupo Costanera e 27,7% da Transelec.

Além dos fundos de pensão, mineradoras canadenses, como Teck, Kinross e Barrick, também têm uma presença importante no Chile.

Sobre isso, Gort destacou a recente inauguração da fase 2 do projeto de mineração de cobre Quebrada Blanca (US$ 8,2 bilhões) pela Teck. Segundo ele, a iniciativa trará benefícios não só para as comunidades próximas da mina, mas para todo o país.

O estoque de investimento direto do Canadá no Chile atingiu US$ 35,5 bilhões no final de 2022, o mais elevado entre todos os países investidores, segundo dados do Banco Central.

“Quando você se afasta um pouco do Chile e analisa a região, acredito que as condições de investimento no Chile são muito boas. Por isso, continuo bastante otimista de que teremos no futuro uma onda crescente de investimentos dos nossos fundos de pensão”, destacou Gort.

Contudo, o embaixador aponta que o sistema de concessão de licenças do Chile é mencionado com frequência nas negociações com o setor privado do Canadá.

No mês passado, o governo chileno apresentou dois projetos de lei que visam reduzir o tempo de processamento de licenças, conhecido como “permitologia” pelos críticos locais.

“Qualquer esforço para reduzir esses prazos e gerar mais certeza será bem-vindo”, disse o embaixador, acrescentando que há espaço para que os governos e setores privados dos dois países compartilhem experiências nessa área.