Gastos com produção de upstream registram crescimento de dois dígitos no Peru

Os investimentos na produção de upstream de petróleo e gás natural do Peru totalizaram US$ 144 milhões no primeiro semestre, um aumento de 12,5% em relação ao ano anterior.

Os números mais recentes da autoridade licenciadora de hidrocarbonetos Perupetro também mostram que os gastos com exploração atingiram US$ 1,44 milhão, em comparação com US$ 1,21 milhão nos primeiros seis meses do ano passado.

A maior parte do investimento foi para o bloco 95 – o principal produtor de óleo cru do país – e para o bloco de exploração 107, ambos na Amazônia e operados pela PetroTal, que planeja investir US$ 2,4 bilhões no bloco 95 entre 2026 e 2035.

Este ano, até o final de julho, foram perfurados 30 poços de desenvolvimento: 17 no bloco IV, 9 no bloco III e 2 em cada um dos blocos 95 e XIII. Além disso, no período, 25 recondicionamentos foram concluídos, enquanto nenhum poço de exploração ou trabalho sísmico foi relatado.

No mesmo período do ano passado, foram perfurados 37 poços de desenvolvimento e concluídas 74 obras, e nenhum poço exploratório ou trabalho sísmico foi realizado, segundo dados da Perupetro.

Entre os fatores que limitam a atividade de exploração estão a contínua turbulência econômica, política e social, a incerteza regulatória e legislativa e os conflitos socioambientais, bem como desafios industriais mais amplos, como aqueles relacionados com a transição energética.

Em um acontecimento relacionado, Vanessa Cueto, coordenadora do programa de sustentabilidade jurídica da DAR, uma ONG focada no meio ambiente, disse em um comunicado que “o governo tem insistido em uma série de propostas técnicas que enfraqueceriam a sustentabilidade ambiental e social nos territórios, e que vêm tanto das autoridades quanto de entidades privadas, como é o caso da atual proposta da Perupetro que visa modificar a lei das áreas naturais protegidas”.

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LICENCIAMENTO

Enquanto isso, a câmara de comércio, indústria e turismo de Talara informou que, durante visita à Perupetro, uma delegação que se reuniu com a diretoria do órgão governamental foi informada que o Ministério de Energia e Minas emitirá um decreto supremo nos próximos dias para transferir os blocos VI e Z-69 para a petrolífera nacional Petroperú.

Em nota, a câmara informou que a petrolífera só realizará workovers nos primeiros dois anos e que a perfuração direcional terá início a partir do terceiro, acrescentando que a Petroperú buscará um parceiro para perfuração exploratória.

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A proposta de transferência de área do governo para a Petroperú gerou críticas.

“Os princípios fundamentais da livre concorrência e da igualdade de tratamento que estão constitucionalmente protegidos serão violados, afetando a transparência que deve reger todas as administrações governamentais”, segundo o grupo representante da indústria de mineração, petróleo e energia SNMPE.

Para a associação peruana de hidrocarbonetos SPH, “uma licitação para esses lotes geraria maior concorrência, resultando em melhores condições de investimento, pagamento de royalties e tributos, além da maior produção para abastecer a nova refinaria de Talara”.