Geradora argentina impulsiona energias renováveis e solução de fornecimento de US$ 500 mi para setor de mineração

A geradora de energia argentina YPF Luz possui um portfólio de 420 MW de projetos de energia renovável e está desenvolvendo uma solução de conexão à rede para o setor de mineração, segundo uma teleconferência realizada para acionistas.

O gasto associado do projeto de energias renováveis é de cerca de US$ 500 milhões.

Cerca de metade da capacidade do portfólio de projetos de 420 MW corresponde ao projeto El Quemado I (de 200 MW), cuja construção foi anunciada em julho pela YPF Luz.

Planejado para a província de Mendoza, o projeto de US$ 170 milhões será o segundo parque solar da empresa depois do Zonda I, que opera na província de San Juan.

A YPF Luz, unidade da empresa estatal de hidrocarbonetos YPF, também está construindo o parque eólico General Levalle de 155 MW. O projeto da província de Córdoba, no valor de US$ 260 milhões, deve ser finalizado até o final do ano.

Em paralelo, também encontra-se em construção o parque eólico Cementos Avellaneda, de 63 MW, em Buenos Aires. Com um custo estimado de US$ 80 milhões, a planta será concluída no primeiro trimestre de 2026.

A capacidade instalada da empresa atingiu 3,24 GW no segundo trimestre de 2024, um aumento de 2% ano a ano, refletindo a conclusão de uma atualização de ciclo combinado na usina Central Dock Sud, localizada na província de Buenos Aires.

SETOR DE MINERAÇÃO

Em meio à demanda por energia limpa proveniente de projetos de mineração no norte do país, a YPF Luz está desenvolvendo um projeto de fornecimento de US$ 400-500 milhões, conforme informado na teleconferência.

“Estamos estudando um projeto para oferecer uma solução integrada para as mineradoras e para os projetos de mineração, por meio da construção de uma linha de transmissão de energia de alta tensão no norte da Argentina que conectará os projetos de mineração à rede nacional e, sobretudo, às fontes renováveis, com o objetivo de reduzir o custo de fornecimento de energia e a pegada de carbono”, revelou o CFO Pedro Kearney aos investidores.

Em relação ao fornecimento, que seria proveniente de ativos atuais e futuros, estão sendo cogitadas baterias e unidades termelétricas. Além disso, também está sendo considerada a capacidade solar de até 900 MW juntamente com turbinas eólicas.

A YPF Luz, aberta a trazer parceiros de capital, espera tomar uma decisão final de investimento no próximo ano, de acordo com os executivos.

Os estudos iniciais já foram concluídos e agora a empresa está trabalhando com autoridades locais para dar continuidade, disse Kearney.

O maior player de energia renovável da Argentina, Genneia, disse recentemente que estava trabalhando em propostas.

“Temos observado muito desenvolvimento industrial no norte do país, vinculado à demanda da mineração, sobretudo de lítio, em nível global, afirmou recentemente Marco Zazzini, gestor técnico da consultora energética chileno-argentina Anabática Renovables, à BNamericas.

“Dado este potencial, zonas industriais de extração começam a ser desenvolvidas e necessitam de abastecimento de energia elétrica.”

Um desafio para os mineradores de lítio e cobre que estão preocupados com o teor de carbono associado à sua produção futura é garantir o fornecimento de energia com baixas emissões. A tarefa não é simples, diante a altitude de alguns projetos e sua distância dos centros populacionais, combinada com a demanda de oferta constante.

O Rigi do governo federal contém incentivos para projetos que envolvam gastos superiores a US$ 200 milhões.

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