Gerdau quer aumento da tarifa contra aço chinês

A siderúrgica brasileira Gerdau pediu que o governo imponha mais tarifas sobre as importações de aço da China, já que a situação relacionada às barreiras comerciais deve piorar após o resultado das eleições nos Estados Unidos.

“Nosso mercado siderúrgico interno foi impactado pela importação excessiva de aço chinês. As recentes tarifas impostas pelo governo brasileiro não foram suficientes para impedir a entrada contínua de produtos chineses com preços irracionais”, destacou Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, durante uma coletiva de imprensa para apresentar os resultados do 3º trimestre da empresa.

No início deste ano, o governo brasileiro impôs uma tarifa de 25% sobre o aço importado da China para proteger as siderúrgicas da concorrência externa.

Segundo o CEO da Gerdau, a tarifa existente deve ser aumentada para, pelo menos, 35%, e aplicada a todos os produtos siderúrgicos. O executivo também alertou que essa medida é urgente.

“Com os resultados das eleições dos EUA, mais barreiras comerciais contra os produtos chineses devem ser impostas no país, por isso, a China provavelmente trará ainda mais produtos importados para o Brasil”, acrescentou.

O vencedor da eleição, o candidato do Partido Republicano Donald Trump, defendeu reiteradamente a imposição de tarifas comerciais sobre produtos importados, especialmente da China.

Sobre os resultados das eleições norte-americanas, o executivo da Gerdau ressaltou que os planos de investimentos da empresa não mudaram, com os gastos concentrados nas operações do Brasil, EUA, México e Canadá.

A Gerdau tem um programa de investimentos de R$ 9,2 bilhões (US$ 1,5 bilhão) até 2027. Segundo a empresa, um total de R$ 4 bilhões já foram desembolsados.