Giro de financiamento: declínio nas negociações do 1º tri, chamada do BRICS, fundo de venture capital chileno e muito mais

O total de negócios na América Latina caiu tanto em valor quanto em volume de transações no primeiro trimestre, de acordo com um novo relatório da TTR Data.

A região registrou 630 operações no primeiro trimestre de 2025, incluindo uma variedade de negócios, desde fusões e aquisições até alocações de capital de risco – uma queda de 11,3% em relação ao ano anterior. O valor total agregado no período caiu quase 30%, para US$ 11,6 bilhões. Somente fusões e aquisições representaram 362 negócios.

O Brasil liderou com 399 transações no trimestre, quantia que marcou uma queda interanual de 3% no volume. O valor total das transações caiu 24%, para US$ 6,8 bilhões, com base em 136 transações com contraprestação divulgada.

Em seguida vêm a Argentina, com 61 acordos, o Chile com 60, México com 54, Colômbia com 50 e Peru com 25.

BRICS apoia as mulheres

O bloco BRICS, atualmente presidido pelo Brasil, lançou uma chamada para startups lideradas por mulheres de ambos os países-membros.

O Concurso BRICS Women's Startups 2025 visa apoiar empresas lideradas por mulheres com soluções práticas, sustentáveis e inovadoras para os desafios enfrentados por suas comunidades e mercados, segundo comunicado do governo brasileiro.

A chamada deve atrair até 2.000 inscrições, as quais devem ser enviadas até 4 de maio. O Sebrae, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a BRICS Women's Business Alliance (WBA) são parceiros.

O processo está aberto a startups dos países do BRICS (cujos membros originais são Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, sendo recém-adicionados Egito, Etiópia, Indonésia, Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes Unidos), bem como parceiros (Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão).

Startups do Quirguistão, Moçambique, Lesoto, Zâmbia e Zimbábue também poderão participar, desde que atuem nos mercados do BRICS ou apresentem planos de expansão consistentes para essas regiões.

Fundo chileno reforça recursos

A aceleradora de startups chilena Magical, uma empresa de venture capital, pretende investir US$ 650.000 em cinco novas startups em estágio de crescimento até 2025.

Os recursos virão de seu reforçado fundo Magical II, que é totalmente financiado por investidores privados e já atingiu US$ 5 milhões em capital total.

Metade será destinada a investimentos em 17 startups, com média de US$ 125.000 cada, e a outra metade será destinada a financiamento subsequente, variando entre US$ 300.000 e US$ 400.000 para as melhores startups do portfólio.

Criada em 2013, a Magical investiu em startups de fintech, varejo, mineração, segurança cibernética e construção do Chile e de países latino-americanos, como México (Batech), Argentina (Ualabee) e Colômbia (Linnda).

Schneider Electric volta a ser verde

A Schneider Electric, potência em soluções industriais e gestão de energia, abriu uma nova edição de sua chamada global de startups Schneider Go Green.

O concurso é apoiado pelos programas Electric's Youth Education & Entrepreneurship e Access to Energy da Schneider Electric. Estão abertos a estudantes e jovens empreendedores com soluções para acesso confiável à energia, melhor bem-estar e economia de custos mais significativa para as comunidades.

O tema deste ano é dividido em duas áreas principais: agricultura movida a energia solar, incluindo pré e pós-colheita, bem como armazenamento e processamento, e microempresas movidas a energia solar, com foco em setores como varejo, serviços, refrigeração, manufatura e produção.

As inscrições deverão ser feitas até 31 de maio.

Extensão da Série A da Gopass da Colômbia

A startup colombiana de mobilidade Gopass fechou um investimento de US$ 8 milhões como extensão de sua rodada Série A de 2023.

A Qualcomm Ventures e o fundo espanhol Kfund lideraram o financiamento estendido. A Kaszek liderou a rodada Série A de 2023, que arrecadou US$ 15 milhões.

A Gopass foi criada em Bogotá em 2019. Seu aplicativo oferece atualmente uma gama de serviços para motoristas, como pagamento automático de estacionamento e pedágios, recebimento e pagamento de multas de trânsito, consulta de documentação de veículos e obtenção de dados de seguro. A empresa agora planeja expandir para o México.

BNDES e Finep financiam healthtechs

O BNDES, em parceria com o Instituto Butantan e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançou uma chamada para estruturar um fundo focado em healthtechs.

O objetivo do fundo de saúde é investir em micro, pequenas e médias empresas, além de fomentar startups que contribuam para o fortalecimento e a consolidação tecnológica do ecossistema de inovação em saúde brasileiro.

O capital mínimo será de R$ 200 milhões (US$ 34 mi), com aporte inicial das três instituições. O BNDES aportará entre R$ 50 milhões e R$ 125 milhões; o Butantan contribuirá com, no mínimo, com R$ 50 milhões; e a Finep até R$ 60 milhões. Outros investidores também poderão participar.