Giro de notícias de financiamento: negócios no 1º semestre, rodadas com fintechs, investimento em borda da Wayra e muito mais

O fechamento de negócios na América Latina caiu 26% em volume e 16% em valor interanual entre janeiro e junho, de acordo com a TTR Data.

Isso representa 1.242 transações com valor divulgado de US$ 33,5 bilhões, incluindo fusões e aquisições, investimentos de capital de risco, capital privado e aquisições de ativos.

Mais de 630 das transações na América Latina foram fusões e aquisições e 314 foram negócios com capital de risco, a maioria envolvendo startups. Segundo a TTR, os negócios com capital privado caíram 8% em relação ao ano anterior, ficando em 85, enquanto os negócios com capital de risco caíram 37%.

O Brasil liderou a região tanto em volume de negócios quanto em valor agregado, segundo a plataforma. Em termos de volume, o México ficou em segundo e o Chile em terceiro, seguido por Colômbia, Argentina e Peru.

O Brasil registrou 747 negócios, uma queda de 27% em volume em comparação com o mesmo período de 2023. O valor agregado dos negócios também caiu 3%, para US$ 19,9 bilhões, com base em 365 transações com contrapartida divulgada no ano até junho.

O México relatou 162 negócios no primeiro semestre, uma queda de 14%. Os 77 negócios com valores divulgados totalizaram US$ 5,8 bilhões, representando uma queda de 42% no valor agregado.

Lavca: negócios em queda, valores em alta

A Associação para Capital Privado na América Latina (Lavca) acompanhou mais de US$ 1,7 bilhão em capital de risco e capital privado durante o primeiro semestre, investidos em 217 negócios.

Somente no segundo trimestre, a entidade informou ter mapeado US$ 956 milhões, investidos em 98 negócios em toda a região, em comparação com US$ 900 milhões e 202 transações no mesmo trimestre de 2023.

Fintechs continuam voando alto

As fintechs continuam a brilhar mais entre as startups latino-americanas, de acordo com uma nova análise plurianual da plataforma Distrito.

Eles arrecadaram US$ 15,6 bilhões em 1.658 rodadas entre 2014 e o primeiro semestre de 2024, de acordo com o FinTech Report 2024 da Distrito. As fintechs brasileiras representaram 66,7% do total, com 1.034 negócios.

Olhando apenas para o primeiro semestre de 2024, os investimentos em fintechs aumentaram 75% na comparação anual.

O ano de maior investimento no setor foi 2021, quando foram captados US$ 5,7 bilhões em 363 rodadas, enquanto o ano com maior número de startups fundadas foi 2019, com 298 fintechs criadas.

Segundo a Distrito, há 2.712 fintechs ativas na região, sendo o Brasil responsável por 58,7% delas.

Caliza se expandirá na América Latina

A fintech norte-americana Caliza fechou uma rodada de investimentos pré-série A de US$ 8,5 milhões, visando crescer no Brasil e iniciar operações no México.

A rodada foi liderada pela Initialized Capital e contou com a participação de New Form Capital, Abstract Ventures, Class 5 Global, Quona, Kraynos Capital, Digital Currency Group, além de investidores anjos como Doug Scherrer, CFO do Nubank, e Lucas Lima e Alex Liuzzi, fundadores do Remessa Online.

A Caliza oferece solução para liquidação instantânea de transações internacionais e contas digitais em dólares. Com os recursos, planeja dobrar sua força de trabalho no Brasil, obter outras licenças regulatórias para suas operações locais e impulsionar o desenvolvimento de produtos financeiros.

O plano de crescimento da empresa inclui a expansão para o México até o final de 2025, oferecendo os mesmos serviços disponíveis atualmente no Brasil.

TecnoSpeed compra Decision IT 

A brasileira TecnoSpeed adquiriu a conterrânea Decision IT por uma quantia não revelada, com vistas a aumentar sua oferta de soluções tributárias para grandes corporações.

Fundada há 25 anos, a Decision IT oferece soluções que visam reduzir custos e garantir segurança e compliance fiscal às empresas. Seu principal produto é uma solução para SPED (sistema público de escrituração contábil digital), que agora complementa o portfólio de serviços jurídicos e tributários da TecnoSpeed.

Criada há 18 anos, a TecnoSpeed afirma atender com soluções tributárias mais de 2,5 mil software houses brasileiras. Para a aquisição, a empresa contou com a assessoria do escritório Roveda & Marcelino Sociedade de Advogados.

Fusão CH Master Data/Astrein

A empresa carioca de TI CH Master Data e a paulista Astrein fundiram suas operações por meio de uma troca de ações.

Ambas atuam na padronização e governança de registros para cadeias de suprimentos. A combinação de suas operações foi rebatizada como CH Master Data/Astrein.

Fundada em 1996, a CH Master Data gerencia o cadastro de materiais, serviços, fornecedores e classificação fiscal. A Astrein atua no desenvolvimento de software, treinamento e serviços no setor de governança de cadastros.

Wayra contribui em Série A de startup de borda

A Wayra, unidade de capital de risco corporativo da Telefónica, investiu na Near Computing, uma startup focada em orquestração e automação de computação de borda.

O investimento faz parte de uma rodada Série A de US$ 7 milhões conduzida pela Close para financiar sua expansão e consolidar sua posição de mercado, segundo a Telefónica.

A Near já está integrada no CAMARA, um projeto de código aberto no qual é desenvolvido o Open Gateway, iniciativa global para o setor de telecomunicações liderada pela GSMA.

CTA Smart angaria fundos

A Indicator Capital, gestora latino-americana de capital de risco especializada em IoT e deep tech, juntamente com a Invisto, gestora de capital de risco no sul do Brasil, destinaram R$ 16 milhões (US$ 2,2 mi) para a startup local CTA Smart.

A CTA desenvolveu uma plataforma de automação e sistemas de controle de abastecimento para distribuição de combustíveis. A rodada foi liderada pela Invisto, com R$ 10 milhões, enquanto a Indicator contribuiu com R$ 6 milhões.

A startup já havia recebido R$ 5,5 milhões da Indicator em outubro de 2021.

Vammo acelera financiamento

A startup brasileira de aluguel de motocicletas Vammo levantou R$ 30 milhões da EXT Capital em um formato misto de investimento de capital e dívida. A operação foi estruturada pela Solis Investimentos.

Com o investimento, a Vammo pretende aumentar em 20 vezes sua Receita Anual Recorrente (na sigla em inglês, ARR) e ampliar seus pontos de locação.

A EXT espera que o valor investido cresça para R$ 120 milhões até o final de 2025.