Giro de notícias do Peru: porto de Chancay e polêmicas sobre o aeroporto de Lima

PORTO

O porto de Chancay, no norte de Lima, continua gerando expectativas no mercado de ações peruano. A primeira fase do projeto – avaliada em US$ 1,3 bilhão – será entregue em novembro e está 80% concluída.

Para Julio Velarde, presidente do Banco Central, a contribuição econômica de Chancay rondará os 0,3% do PIB nacional, mas não descarta que este valor possa até triplicar.

“Se Chancay se tornar efetivamente num hub onde possa haver maior investimento, maior movimentação de atividades internas [e projetos] e ligação com outros países, a contribuição pode chegar a 0,9%”, declarou.

As polémicas em torno do marco legal – que, por enquanto, garante à Cosco Shipping Ports a operação e manutenção do projeto – não foram deixadas de lado.

“A primeira fase de quatro terminais, no valor de US$ 1,3 bilhão, já está comprometida e será entregue em novembro. O que acontecerá no futuro dependerá do esclarecimento da questão da exclusividade na operação e manutenção. Já demos a nossa posição: este é um porto 100% privado de uso público”, disse Mario de las Casas, diretor de relações públicas da empresa, a uma emissora local.

AEROPORTO

O início das operações do novo aeroporto Jorge Chávez, de US$ 2 bilhões, continua a gerar incerteza e preocupação em diversas frentes. À falta de preparo dos funcionários – em pleno processo de formação – serão somados novos custos que encarecerão as operações no terminal da capital peruana, conforme comunicado conjunto da Associação de Empresas de Transporte Aéreo Internacional (AETAI) e da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).

Segundo os grupos, prevê-se um aumento no aluguel dos espaços comuns – escritórios operacionais e balcões de check-in – de até três vezes o preço atual, e isto pode aumentar a partir de 2027, uma vez que está especificado no contrato entre a concessionária Lima Airport Partners e o governo.

Embora o aeroporto fosse inaugurado oficialmente no dia 18 de dezembro, as associações preveem que, com o lançamento do novo terminal e a elevada procura de voos, os preços subam mais do que o normal.

“Garantir o sucesso da transferência das operações para o novo terminal tem de ser o desafio de todos os envolvidos neste projeto, razão pela qual a indústria se opõe à inauguração em 18 de dezembro”, afirmam as entidades no comunicado. “Lidar com uma demanda tão alta em um novo ambiente operacional é realmente arriscado”.

Embora especialistas e empresas participantes recomendem o adiamento da inauguração da obra, a perspectiva do governo é outra. Antecipando a Cúpula da APEC 2024 na capital peruana, a presidente Dina Boluarte anunciou que buscará adiantar para novembro a inauguração do novo aeroporto e, assim, receber os líderes que comparecerão ao evento. Especialistas afirmam que avançar na entrega não seria o ideal, uma vez que o país ainda não está preparado para tudo o que implica a gestão da nova infraestrutura.

Segundo a Lima Airport Partners, o progresso na construção do novo aeroporto ultrapassa os 85%.