Giro de notícias: oposição à renegociação de contratos, dívida com geradores e entrada no mercado de parques solares

RENEGOCIAÇÃO DE CONTRATOS

Durante a discussão no Chile sobre possíveis formas de angariar fundos para financiar a expansão de um esquema temporário de subsídios para as contas de energia dos usuários finais, uma proposta para renegociar contratos gerou um sinal de alerta na indústria.

Um grupo de trabalho do Congresso está debatendo diversos caminhos para a geração de receita.

Em resposta à proposta de um senador para renegociar os contratos existentes, a associação Generadoras de Chile e a associação chilena de pequenos e médios geradores GPM ressaltaram que a medida prejudicaria a indústria e era considerada um sinal prejudicial, informou o jornal local El Mercurio.

Sobre uma proposta relacionada para eliminar os juros acumulados sobre uma dívida multibilionária com os geradores, a associação de energias renováveis e armazenamento Acera lembrou que as empresas já haviam sido atingidas financeiramente pelas consequências do congelamento das tarifas e que uma medida como essa teria ainda mais impactos negativos.

As tarifas de eletricidade foram descongeladas recentemente, depois de terem permanecido praticamente inalteradas desde a crise social de 2019.

Uma lei associada estabeleceu o regime de subsídios, visando 1,5 milhão de famílias vulneráveis.

A proposta original que prevê formas de expandir a cobertura para 4,7 milhões de famílias está centrada em três pilares: um aumento temporário no imposto sobre o carbono (atualmente US$ 5/t sobre emissores fixos), o aumento das receitas fiscais gerado pela alta nas contas de energia e um aumento temporário na taxa de serviço público paga pelos grandes consumidores industriais.

O ministro de Energia, Diego Pardow, reafirmou essa proposta e adiou o debate sobre a renegociação dos contratos, segundo o diário local DF.

PAGAMENTO DE DÍVIDA

A Enel, maior geradora do Chile em termos de capacidade instalada, divulgou uma atualização sobre a dívida derivada do mecanismo de estabilização de preços.

As tarifas foram congeladas em 2019, com os geradores arcando com a diferença entre o valor cobrado do usuário final e os ajustes de preços dos contratos, que são dominados pelo dólar e foram impactados pelo enfraquecimento do peso observado ao longo do período.

Durante sua teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2024, a Enel relatou que os recebíveis acumulados, depois do factoring, eram de cerca de US$ 1 bilhão, valor que inclui juros.

Um decreto de garantia soberana e sua regulamentação associada, previstos para o próximo trimestre, abririam as portas para a venda de cerca de US$ 550-600 milhões em contas a receber.

A Enel espera recuperar o restante de sua dívida até o final de 2027.

ENTRADA NO MERCADO DE PARQUES SOLARES

O gerador argentino MSU Green Energy recebeu autorização para que seu parque solar Pampa del Infierno, de 130 MW, na província do Chaco, entrasse no mercado atacadista de energia.

Acordos associados de compra de energia foram firmados com Volkswagen Argentina e Air Liquide.

O parque Pampa del Inferno deve entrar em operação no quarto trimestre.