Glencore controlará 100% do projeto de cobre Mara, na Argentina

A empresa suíça Glencore se tornará a única proprietária do projeto de cobre Mara, na província argentina de Catamarca, graças à aquisição de 56,26% da canadense Pan American Silver.

Em um comunicado divulgado na segunda-feira (31), a Glencore disse que pagará à Pan American US$ 475 milhões após o fechamento da transação, além de royalties líquidos de 0,75% sobre o retorno da fundição de cobre.

Combinação da antiga mina de Alumbrera e do projeto Agua Rica, Mara iniciaria suas operações no final de 2026. O projeto surge por meio da integração da planta e infraestrutura da Minera Alumbrera e Agua Rica em uma operação conjunta entre Yamana Gold, Glencore e Newmont iniciada em dezembro de 2020.

A Glencore adquiriu a participação de 18,75% da Newmont em outubro de 2022, elevando seu controle para 43,75%. A Pan American comprou a participação de 56,25% detida pela Yamana Gold como parte da aquisição desta última em março passado.

Mara tem reservas provadas e prováveis de 5,4 Mt de cobre e 7,4 M de onças de ouro contidas em 1,1 Bt de minério. A vida útil da mina é estimada em 27 anos com base nas reservas minerais suportadas por mais de 86 km de perfuração, de acordo com a Glencore.

Na Argentina, a empresa suíça também é proprietária do projeto de cobre El Pachón, na província de San Juan.

“O projeto Mara integra dois ativos minerários de grande importância: a jazida de Água Rica, que contém cobre, ouro, prata e molibdênio, e a unidade operacional Alumbrera, que esteve em produção por 21 anos e atualmente realiza um programa ativo de manutenção”, destacou o gerente geral da Mara, Nicolás Bareta, em abril.

A Glencore acredita que Mara será uma das 25 maiores produtoras de cobre do mundo, com volume médio de 200 mil t/ano na primeira década.

Para a Pan American, por sua vez, o desinvestimento significará dar prioridade ao seu portfólio de projetos onde é proprietária única ou majoritária, como as argentinas Cerro Moro e Navidad, as peruanas La Arena e Huarón, as chilenas Minera Florida e El Peñón, e a brasileira Jacobina.

O portfólio de mineração da América Latina da Glencore também inclui a fundição de Altonorte e o ativo de cobre Lomas Bayas na região de Antofagasta no Chile, bem como sua joint venture Collahuasi, na região de Tarapacá.

Em abril, a empresa suíça tentou fechar uma aliança com a canadense Teck Resources para agregar sinergias entre os projetos de cobre Quebrada Blanca II e Collahuasi, mas a oferta foi rejeitada.

CENTENÁRIO-MOICES

Por outro lado, a Glencore chegou a um acordo com a empresa francesa Eramet para comercializar o lítio do projeto Centenario-Ratones na província de Salta.

O acordo prevê um adiantamento de US$ 400 milhões para a venda de 50 mil t de carbonato de lítio na primeira fase do projeto, disse a Eramet em comunicado, na semana passada.

A Centenario-Ratones deve iniciar suas operações em 2025.