Google vai injetar US$ 1,2 bilhão na América Latina nos próximos 5 anos

O Google vai investir US$ 1,2 bilhão na América Latina nos próximos cinco anos para expandir sua infraestrutura digital e apoiar startups e outras organizações na região.

O anúncio foi feito durante a 9ª Cúpula das Américas, realizada em Los Angeles, Califórnia.

Apesar da soma ser alta, ela ainda é apenas uma fração dos US$ 9,5 bilhões que o Google planeja investir nos EUA este ano.

Em um comunicado, o CEO Sundai Pichai disse que os recursos serão alocados em quatro áreas: infraestrutura digital, habilidades digitais, empreendedorismo e comunidades inclusivas e sustentáveis.

Na infraestrutura digital, parte do dinheiro vai para o cabo Firmina, do Google (rota na foto), que está sendo construído no Atlântico para ligar a Argentina aos Estados Unidos, com conexões no Brasil e no Uruguai.

O Firmina deve ser concluído em 2023. De acordo com Pichai, ele será o maior cabo submarino do mundo, capaz de operar a partir de uma única fonte de energia em uma extremidade, se necessário.

A construção e instalação do Firmina ficou a cargo da empresa norte-americana SubCom.

Com 12 pares de fibra, o cabo transportará tráfego entre a América do Norte e a América do Sul, dando suporte aos produtos do Google, como Pesquisa, Gmail e YouTube, além do Google Cloud.

O Firmina será o segundo cabo próprio do Google conectando as Américas do Norte e do Sul. O primeiro, Curie, foi lançado em 2019 e percorre o Pacífico de Los Angeles a Valparaíso, no Chile.

O Curie se conecta à segunda região de nuvem (cluster de datacenter) latino-americana do Google, que fica perto da capital chilena de Santiago e entrou em operação em dezembro. A outra região de nuvem da empresa na América Latina fica em São Paulo.

Pichai não fez referência direta a outros polos de nuvem na América Latina, mas disse que o Google contrataria mais engenheiros para reforçar a privacidade e a segurança nos produtos de nuvem da região. O centro regional de engenharia do Google fica em Belo Horizonte.

Rumores indicam que o Google está avaliando regiões de nuvem no Uruguai ou mais ao norte da América Latina, como no México.

Em entrevista à BNamericas em fevereiro, Alberto Oppenheimer, chefe de soluções do Google Cloud na América Latina, disse que novas regiões de nuvem na América Latina estavam no radar, embora não tenha dado mais detalhes.

OUTROS INVESTIMENTOS

A empresa também disse que lançará seu serviço Google Wallet no Chile e no Brasil nos próximos meses, antes de expandi-lo gradualmente para o resto da região.

A companhia planeja, ainda, investir no treinamento de 1 milhão de pessoas por meio das bolsas de estudos do Google Career Certificate. 

Além disso, investirá no programa de aceleração Google for Startups.

Por fim, outros US$ 300 milhões serão destinados a apoiar organizações sem fins lucrativos que trabalham nas áreas de sustentabilidade e oportunidades econômicas para mulheres e jovens.

Fonte da imagem: Google