Grupo mexicano DeAcero comemora tarifa de importação de aço dos EUA

O CEO do Grupo Deacero descreveu como “ótima notícia” o acordo anunciado na semana passada entre o México e os Estados Unidos para impor tarifas sobre o aço e o alumínio enviados do território mexicano, mas fundidos em outros países.

“A declaração conjunta é uma ótima notícia para a indústria siderúrgica mexicana, porque indica uma maior integração do mercado norte-americano”, destacou Raúl Gutiérrez Muguerza em uma coletiva de imprensa na Cidade do México.

Na semana passada, os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 25% sobre o aço não fundido no México ou no Canadá.

O CEO da empresa mexicana explicou que, no caso do aço, há um grande número de importações de diversos países que acabam prejudicando a competitividade. Segundo ele, ao deixar de comercializar produtos que, em muitos casos, vêm com dumping, as empresas mexicanas podem usar os lucros para crescer mais.

“Temos um crescimento e um potencial de crescimento muito elevados, porque cerca de 35% do consumo total do México ainda é importado. Somente com a substituição das importações, há um grande avanço que pode ser obtido no crescimento de todas as empresas”, acrescentou o executivo.

No caso específico da DeAcero, Gutiérrez destacou que atualmente sua capacidade utilizada gira em torno de 70%, e há espaço para aumentá-la para 85-90%.

NOVA SIDERÚRGICA

O executivo da DeAcero disse à BNamericas que o plano de iniciar a produção em sua nova siderúrgica de perfis e vigas de grande porte, na qual a empresa investirá US$ 1 bilhão, no final de 2026 ainda está de pé.

“Estamos no caminho certo, estamos dentro do prazo, o maquinário está sendo fabricado, a construção está começando, os trabalhos de terraplanagem já estão sendo feitos, algumas fundações estão sendo construídas”, contou Gutiérrez. Ele destacou que a construção da planta, em Ramos Arizpe, no estado de Coahuila, vai gerar cerca de 2.000 empregos. Quando estiver em funcionamento, a unidade gerará cerca de 700 empregos, além dos indiretos.

“Estamos investindo em tudo aquilo que está relacionado a perfis e vigas maiores, porque isso nos dá a oportunidade de sermos referência em aço para construção no México”, comentou.

A empresa também está investindo em sua política de inteligência industrial que visa, entre outros objetivos, aumentar a capacidade de produção das cerca de 3,7 milhões de toneladas (Mt) atuais para quase 5 Mt de produtos acabados.

“O que estamos tentando fazer é entender como podemos gerar mais valor e, para gerar mais valor, precisamos ser mais inteligentes do ponto de vista industrial”, explicou Gutiérrez, que chefiou a câmara local Canacero.

“Fazemos engenharia para oferecer soluções para as indústrias de construção civil, infraestrutura ou construção em geral, além de maior agilidade e maior valor para que se economize tempo e evite os desperdícios e roubos, para que, com essa inteligência, possamos gerar mais valor para nossos clientes e para nós”, acrescentou.