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Hidrogênio: Chile prepara linha de crédito de US$ 1 bi e Argentina elabora projeto de lei

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Hidrogênio: Chile prepara linha de crédito de US$ 1 bi e Argentina elabora projeto de lei

A Corfo, agência estatal de desenvolvimento do Chile, está apoiando o ecossistema de hidrogênio, enquanto a Argentina prepara um projeto de lei relacionado.

Essas são algumas das conclusões da conferência regional sobre hidrogênio H2LAC 2024 para o Cone Sul, realizada esta semana na capital chilena, Santiago.

LINHA DE CRÉDITO NO CHILE

A Corfo está trabalhando em várias frentes na área de hidrogênio verde, com um mecanismo de financiamento de US$ 1 bilhão concebido para ajudar a eliminar o risco e reduzir o custo de capital para a iniciativa emblemática.

A linha de crédito – construída com financiamento de vários bancos multilaterais de desenvolvimento – é a primeiro do gênero em nível mundial e deve ser lançada este ano. O diretor executivo da Corfo, José Miguel Benavente, disse à BNamericas que as autoridades estavam trabalhando na logística de avaliação de projetos e em outros detalhes operacionais.

Também é necessário obter aprovação do gabinete da Controladoria-Geral.

“Esperamos que até o final do ano o balcão esteja aberto para os primeiros projetos”, afirmou Benavente.

Soluções para redução de riscos poderiam ajudar os desenvolvedores a atrair outras fontes de financiamento.

O Chile está na vanguarda global do hidrogênio verde e o desenvolvimento do setor é uma política de Estado. Um plano de ação para 2023-2030 foi publicado recentemente.

Considerando seu portfólio de projetos multibilionários, outras iniciativas como a linha de crédito ajudariam a impulsionar ainda mais a indústria, comentou Víctor Turpaud, CEO para a América Latina da HIF Global, desenvolvedora de projetos de e-fuels, na conferência. No Chile, a HIF Global está planejando uma planta de grande escala, Cabo Negro, na região de Magalhães. A decisão final de investimento poderá ser tomada em 2026, com a produção começando no final de 2029, informaram os representantes da empresa.

O Chile tem mais de 60 projetos de hidrogênio verde anunciados em fase de desenvolvimento e vários projetos-piloto em operação – o maior deles é a planta de demonstração Haru Oni, da HIF.

A América Latina, de modo geral, tem um grande potencial. Um dos principais obstáculos hoje é conseguir a assinatura de acordos de offtake e financiamento. Alguma forma de subsídio e a busca por eficiências e sinergias são considerados pontos fundamentais para ajudar a indústria nascente a decolar, considerando fatores como os custos elevados em comparação com os do gás natural.

“Eu realmente acredito que a América Latina poderia ser uma potência mundial. Poderia substituir o Oriente Médio como fornecedor de energia”, destacou Bart Biebuyck, CEO da desenvolvedora Green Energy Park, proprietária de um projeto de hidrogênio verde e amônia verde de 10 GW no Brasil que poderá receber a decisão final de investimento no ano que vem.

No Chile, participantes exigem uma aceleração do desenvolvimento do setor para garantir que o país não saia da vanguarda. A indústria local sugeriu que o Estado, através da mineradora Codelco e da petrolífera nacional Enap, compre hidrogênio verde para substituir os combustíveis fósseis em seus processos.

ELETROLISADORES E TURBINAS EÓLICAS

Enquanto isso, em outras partes do mapa do hidrogênio chileno, a Corfo deverá conceder subsídios para projetos de eletrolisadores até o final do ano. A entidade está oferecendo um apoio de até US$ 10 milhões para cada projeto de construção ou montagem de eletrolisadores e seus componentes no Chile. A medida segue uma chamada para manifestação de interesse realizada no ano passado, que contou com nove participantes.

Os projetos que solicitarem financiamento poderão ser apresentados até 30 de agosto.

A BNamericas também foi informada que a Corfo estava analisando a viabilidade de lançar um processo semelhante para componentes de turbinas eólicas.

Somente na região de Magalhães, serão necessários vários gigawatts de capacidade eólica e de eletrólise. A montagem ou fabricação no país apoiaria o crescimento das cadeias de valor locais e reduziria os custos logísticos associados, disse Benavente.

Os sistemas de armazenamento de energia também teriam um papel de destaque nas usinas de hidrogênio, um mercado potencial para empresas de baterias de lítio que receberam direitos, pela Corfo, de produção local para uso em projetos de valor agregado.

A gigante química alemã BASF anunciou no início da semana que estava em negociações com indústrias no Chile, inclusive de mineração e hidrogênio, a respeito do potencial fornecimento de sua solução de baterias de sódio-enxofre.

ARGENTINA

A administração do presidente argentino Javier Milei planeja apresentar um projeto de lei sobre hidrogênio no mês que vem, relataram os participantes.

A subsecretária de planeamento energético, Mariela Beljansky, disse na conferência que o projeto de lei fazia parte de um esforço mais amplo de reforma econômica.

“Estamos tentando mudar muitas coisas ao mesmo tempo”, pontuou Beljansky.

Internamente, o hidrogênio poderá ter um “papel fundamental” na descarbonização de alguns setores, sugeriu ela, citando como exemplos as indústrias de aço e fertilizantes.

Segundo Beljansky, o governo pretende atribuir limites de emissão de gases de efeito estufa por setor para ajudar a descarbonizar a indústria local e, por sua vez, garantir a competitividade dos produtos argentinos no mercado global, em meio às perspectivas de adoção de impostos fronteiriços sobre o carbono.

O papel do Estado é estabelecer as regras do jogo sem regulamentação excessiva, acrescentou a subsecretária.

O projeto de reforma econômica de Milei em tramitação no Congresso inclui um regime de promoção para grandes projetos.

“A Argentina precisa de investimento agora”, disse Beljansky. “Alguém precisa dar o primeiro passo.”

O governo anterior apresentou ao Congresso um projeto de lei de promoção do hidrogênio. A Argentina abriga diversos projetos já anunciados e publicou no ano passado uma estratégia para o hidrogênio.

A melhoria na frente macroeconômica e um marco regulatório claro e estável ajudariam a destravar os investimentos.

HIDROGÊNIO BRANCO 

Embora o foco do evento tenha sido o hidrogênio de baixa emissão, o hidrogênio branco ou natural também fez parte da agenda de discussão.

A empresa global Xcalibur Smart Mapping atua na região e pretende realizar trabalhos de levantamento aéreo no Chile, contou à BNamericas Marco Nieto, gerente de desenvolvimento de negócios da Xcalibur.

Países como os Estados Unidos, o Canadá e a Austrália, através de iniciativas públicas e privadas, lançaram trabalhos na fase de exploração.

“A América Latina e o Caribe têm muito potencial”, disse Nieto. “No caso do Chile, há uma série de formações rochosas que poderiam conter esse hidrogênio natural, e isso precisa ser pesquisado.”

A Xcalibur realiza trabalhos para identificar potenciais alvos para exploração utilizando tecnologias aéreas.

“Procuramos empresas e governos que tenham essas iniciativas; tivemos manifestações de interesse, justamente para realizar esse trabalho de exploração”, completou Nieto.

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