IHS acelera implantação de torres e aumenta capex de fibra na América Latina

O grupo de infraestrutura de telecomunicações IHS Towers construiu 175 torres na América Latina, no segundo trimestre de 2023, e 209 no primeiro semestre do ano, encerrando junho com um portfólio total de 7.424 sites, a maior parte no Brasil.

A empresa, que na América Latina opera na Colômbia, Peru e Brasil, também reportou um aumento em seu capex regional de fibra.

Nos primeiros seis meses de 2022, a IHS havia construído 115 canteiros na região, encerrando junho do ano passado com um total de 7.139.

A empresa também informou que encerrou junho de 2023 com 9.896 locatários (clientes por torre) na América Latina. Isso foi um aumento ano a ano de 311, incluindo 341 para novos sites e 126 de colocation, que foram parcialmente compensados por um churn (cancelamentos de contrato) de 156 clientes. Enquanto isso, as emendas ao arrendamento aumentaram em 69.

“As condições macro continuam melhorando após a transição de governo em janeiro”, disse o CEO Sam Darwish a investidores sobre o Brasil, destacando a melhora nas taxas de câmbio e a intenção do Banco Central de iniciar um ciclo de cortes nas taxas de juros.

O Brasil é o segundo maior mercado da IHS com 7.139 torres. Colômbia e Peru tinham 228 e 57, respectivamente, no final de junho.

“Estamos focados em nosso expressivo programa build-to-suit e continuamos a avaliar um número crescente de oportunidades. Estamos entusiasmados com o Brasil”, disse Darwish.

No geral, a IHS registra 39.298 torres (aumento de 0,6% em relação ao ano anterior) em sete países da África, três na América Latina e um no Oriente Médio, com receita anualizada de US$ 2,19 bilhões no final de junho.

A empresa também disse que aumentou seus locatários globais em 1,9%, para 58.447 no segundo trimestre de 2023.

PANORAMA

A IHS manteve seu guidance para o ano inteiro de construção de 1.200 novos sites globalmente, dos quais aproximadamente 750 serão no Brasil e 150 na Nigéria, seus dois principais mercados.

Esse número no Brasil seria o triplo do total construído pela IHS no país em 2022.

O grupo investiu 54,4% a mais na América Latina no primeiro semestre de 2023 em comparação com o primeiro semestre de 2022, atingindo US$ 80 milhões, impulsionado principalmente pelas implantações de fibra, que representaram US$ 10,3 milhões. O capex para novas torres foi de US$ 8,7 milhões e o capex corporativo de US$ 5,9 milhões.

As operações de fibra da IHS na região estão concentradas no Brasil, onde controla a I-Systems, uma joint venture de fibra neutra formada em 2021 com a TIM. Isso significa que a I-Systems investiu mais de US$ 10 milhões em implantações de fibra para a empresa de telecomunicações no período.

No primeiro semestre deste ano, a empresa reportou cerca de US$ 94 milhões em receitas na região, ante US$ 74 milhões no primeiro semestre de 2022. Somente no segundo trimestre de 2023, as receitas na região atingiram US$ 48,3 milhões, um aumento de 13% em relação ao ano anterior.

“A receita aumentou organicamente em US$ 5,9 milhões, ou 13,8%, impulsionada principalmente por um aumento no crescimento da fibra e escalações [revisões para cima das taxas contratuais de leasing]. O aumento na receita foi parcialmente compensado pelo impacto não essencial dos movimentos negativos nas taxas de câmbio de US$ 0,3 milhão, ou 0,8%”, afirmou a IHS em seu relatório financeiro.

Segundo a IHS, o custo médio de construção de um novo site na América Latina, dependendo do mercado e da especificação da torre, varia de US$ 40 mil a US$ 80 mil. Isso se compara com US$ 50 mil a US$ 110 mil para a África e o Oriente Médio.

Além disso, a empresa diz que o capex de manutenção na América Latina é “normalmente menor” devido ao escopo atual de obras necessárias em torres na região.

Os principais clientes do grupo na América Latina são TIM, Claro, Telefônica e Oi (fixo) no Brasil, Tigo e Claro na Colômbia, e Entel e Bitel no Peru.