IHS quer triplicar novas torres no Brasil este ano

A IHS Towers, com sede em Londres, tem como meta a implantação de cerca de 750 novas torres no Brasil este ano, aproximadamente três vezes o que implantou no país em 2022.

No entanto, no ano passado, a IHS revisou para baixo sua orientação anual de torres de telecomunicações, pois a demanda e os projetos não se concretizaram.

No início de 2022, a empresa disse que planejava construir 700 sites no Brasil no ano, mas acabou implantando cerca de 250.

Com 39.652 sites ativos, o grupo afirma ter encerrado o ano como a quarta maior multinacional independente de torres do mundo, atrás da American Tower (223.055 sites), Cellnex (aproximadamente 135 mil) e GD Towers (cerca de 41.500).

Está à frente da SBA Communications (39.342 sites) e da Phoenix Tower (cerca de 22 mil), de acordo com um gráfico fornecido pela IHS. Nem todos os números são corroborados pelas empresas mencionadas.

“No Brasil, o cenário competitivo é mais amplo em 31 de dezembro de 2022, com a ATC e a SBA possuindo mais torres do que nós... e várias empresas de torres menores de tamanho semelhante ou menor que o nosso negócio. O cenário competitivo brasileiro e sul-africano apresenta oportunidades de consolidação”, disse a empresa em um comunicado à SEC.

A IHS também menciona a alta inflação, bem como a instabilidade política e econômica, como desafios no Brasil.

A empresa reportou receitas globais de US$ 1,96 bilhão em 2022, um aumento de 24,5%, e US$ 526 milhões no quarto trimestre, um aumento de 26,6% em relação ao ano anterior. Os resultados do ano foram os primeiros da IHS como uma empresa de capital aberto.

“2022 incluiu duas aquisições que reforçaram nosso tamanho no Brasil e nos permitiram entrar na África do Sul como a maior operadora independente de torres do país”, disse o CEO Sam Darwish em teleconferência de resultados.

“Ambas as transações demonstram como a IHS continua cumprindo nossa estratégia de diversificação, e nosso negócio na América Latina agora tem um Ebitda ajustado por segmento anualizado de mais de US$ 125 milhões com base nos resultados do quarto trimestre de 2022”, acrescentou.

A IHS projeta capex na faixa de US$ 610 milhões a 650 milhões para 2023, US$ 30 milhões dos quais deslocados de 2022 “devido ao timing”, disse Darwish.

No ano passado, os investimentos somaram US$ 633 milhões contra US$ 402 milhões em 2021, impulsionados principalmente na América Latina por sua joint venture de fibra neutra I-Systems com a TIM Brasil.

PEGADA NA AMÉRICA LATINA

Os negócios de torres da empresa na América Latina compreendem Brasil, Colômbia e Peru. A IHS não forneceu orientação para os dois últimos, onde sua contagem de torres mal mudou.

Ao todo, os três mercados responderam por 7.276, ou 18,3% do portfólio total de torres da empresa ao final do ano. Esse número inclui torres construídas e sites adicionados de aquisições.

O Brasil, o segundo maior mercado da IHS depois da Nigéria, liderou com 6.994 torres, contra 6.915 no terceiro trimestre e 6.745 no final de 2021.

Colômbia e Peru seguiram com 228 e 54 locais, estáveis e dois a mais, respectivamente, em relação ao terceiro trimestre. No final de 2021, a IHS tinha os mesmos 228 sites na Colômbia e 51 no Peru.

Segundo a IHS, os lojistas latino-americanos (clientes por torre) cresceram 64,1% no ano, chegando a 9.781 no final de 2022.

Seus principais clientes de telecomunicações na América Latina são a TIM, responsável por 4% das receitas do quarto trimestre da IHS, seguida por Claro, Vivo, Oi e Tigo, todas com 1% cada.

A IHS vê oportunidades de crescimento, incluindo a entrada em novos segmentos.

“Estima-se que os mercados da América Latina em que operamos atualmente, incluindo Brasil, Colômbia e Peru, exigirão mais de 24 mil novas torres e mais de 42 mil novos pontos de presença MNO [operadora de rede móvel] durante o período de dezembro de 2021 a dezembro de 2026”, informou a empresa no relatório da SEC.

“À medida que as redes de telecomunicações em nossos mercados evoluem, acreditamos que também pode haver uma demanda crescente por outras infraestruturas de comunicações, como conectividade de fibra e datacenters.”

FIBRA

Por meio da joint venture I-Systems, a IHS implanta e opera infraestrutura de fibra alugada de volta para a TIM Brasil, sua parceira e cliente âncora.

A I-Systems ainda não anunciou outros clientes para o uso da rede.

De acordo com a IHS, a I-Systems encerrou 2022 com 7,5 milhões de residências passadas, das quais 4,5 milhões foram FTTH e um total de 18 mil km implantados.

Conforme relatado anteriormente pela BNamericas, a IHS está considerando replicar o mesmo modelo de joint venture de fibra no Peru e na Colômbia, bem como na África.