IHS Towers reduz investimentos, conclui saída do Peru e ‘reorganiza’ negócios no Brasil

A IHS Towers concluiu sua saída do Peru no segundo trimestre deste ano, à medida que a empresa de infraestrutura de telecomunicações continua cortando custos e investimentos e buscando maior eficiência em suas operações, inclusive por meio de novos desinvestimentos no mercado.

A companhia vem sondando o mercado à procura de um potencial investidor para seus negócios no Brasil, conforme a BNamericas relatou anteriormente.

Por enquanto, a diretoria da empresa afirma continuar comprometida com sua maior operação na América Latina, mas destaca que uma venda não está descartada, dependendo do preço e das condições.

“Continuamos comprometidos com o Brasil, que é nosso segundo maior mercado e um dos que mais cresce. Continuamos gerando fortes resultados operacionais por lá e vemos oportunidades significativas de crescimento contínuo”, disse o CEO Sam Darwish a analistas e investidores na teleconferência de resultados do segundo trimestre.

Ao longo do trimestre, a IHS concluiu a venda de sua subsidiária IHS Perú, incluindo seus 61 sites, para afiliadas da SBA Communications. O acordo havia sido anunciado em fevereiro.

Também no segundo trimestre, a IHS “reorganizou” suas operações no Brasil, aumentando a integração dos negócios de torres e fibra, comentou Darwish.

Em 2021, quando já alugava torres para operadoras de telefonia, a IHS adquiriu o controle da rede de fibra secundária da TIM Brasil em um acordo que levou à criação da joint venture de fibra neutra I-Systems.

No entanto, o modelo de negócios da IHS no país era visto como “disfuncional”, já que os negócios de torre e fibra da I-Systems eram administrados separadamente e sem as devidas sinergias, apontou uma fonte do mercado à BNamericas no início deste ano.

“Isso [o aumento da integração] proporcionará não só eficiência de custos, mas também benefícios de velocidade de comercialização”, disse o executivo.

Olhando para o futuro, a IHS pretende levantar entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão com alienações de ativos. Segundo o CEO, a empresa continua estudando seu portfólio de mercados.

Os recursos serão usados para reduzir dívidas e, eventualmente, recomprar ações e/ou introduzir políticas de dividendos.

“Continuamos concentrados em aumentar nossa lucratividade operacional e reduzir substancialmente nosso capex para melhorar a geração de fluxo de caixa. Estamos avaliando os custos e estruturas de capex de todo o grupo, inclusive maneiras de incorporar mais tecnologia, especialmente IA, no nosso modo de trabalhar”, disse Darwish.

RECEITAS NA REGIÃO

As receitas da IHS na América Latina caíram 3,9% em relação ao ano anterior, para cerca de US$ 47 milhões no segundo trimestre.

O negócio foi prejudicado pelos efeitos cambiais e pela redução de US$ 5,3 milhões nas receitas relacionadas à Oi, cuja operação móvel foi vendida para as concorrentes Telefônica Brasil, TIM e Claro.

Além do Brasil, seu segundo maior mercado mundial, atrás da Nigéria, o outro mercado da IHS na região é a Colômbia.

No final do segundo trimestre, o grupo contava com 7.951 torres instaladas no Brasil e 243 na Colômbia, de um total de 40.332 no mundo.

O número de locatários por site na América Latina aumentou 661 no comparativo anual, incluindo 927 de novas torres e 215 de colocation, que consiste em espaço alugado em torres existentes.

O aumento foi parcialmente compensado por uma perda de 424 usuários devido à concorrência (churn) e de 57 usuários por conta do desinvestimento líquido, principalmente devido à alienação das torres peruanas.

Globalmente, a IHS construiu 207 torres no segundo trimestre, incluindo 136 no Brasil.

Desde janeiro, o número de novas torres implantadas no Brasil chega a 294, e a projeção da empresa para 2024 é implantar aproximadamente 600 torres no país.

Na Colômbia, a contagem de torres aumentou em 15 no segundo trimestre, após permanecer estável no primeiro trimestre.