Incêndios florestais preocupam governo federal

A grave seca que atinge algumas regiões do Brasil favoreceu a propagação de um grande número de incêndios florestais, levando os governos federal e estaduais a alertarem sobre a situação e solicitaram medidas para mitigar os riscos.

Nas últimas semanas, o país tem registrado mais incêndios florestais do que o habitual, e a fumaça tem chegado a áreas urbanas como São Paulo, onde cobriu partes da maior cidade do país por vários dias.

Tanto a administração federal quanto os governos estaduais formaram equipes encarregadas de lidar com a contenção dos incêndios, que em muitos casos foram provocados ilegalmente.

Em diferentes épocas do ano, muitos proprietários de terras costumam fazer queimadas para preparar os campos para o cultivo, mas essa prática está sendo cada vez mais reprovada devido ao risco crescente de incêndios fora de controle, em consequência dos períodos de seca prolongados.

Além disso, as mudanças climáticas têm provocado a redução histórica dos níveis de muitos rios e corpos d'água devido à escassez de chuvas.

Como parte dos esforços para mitigar esses impactos, o governo destinará R$ 500 milhões (US$ 90 milhões) para obras de dragagem em diversos rios na região Norte, onde as secas são mais severas, incluindo o canal de navegação do Rio Amazonas, de acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos.

No estado do Paraná, na região Sul, o governo anunciou medidas como uma autorização para que empresas de saneamento instalem pontos de captação de água emergencial e disponibilização de equipamentos de perfuração de poços para auxiliar os municípios a garantir o abastecimento de água.

Além disso, o governo está incentivando o reúso  da água por parte da população e de empresas.

“Estamos agindo no momento em que há necessidade de que se tome uma ação efetiva, porque o momento é crítico. Queremos, com essa resolução, de forma técnica, garantir no Paraná os múltiplos usos da água, seja para atividade econômica, para a agricultura, para o abastecimento público e todas as suas variantes”, disse em nota o secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza.

IMPACTOS DA INFLAÇÃO

As condições climáticas severas no Brasil aumentaram as tensões no governo e entre os agentes do mercado diante da possibilidade de pressões inflacionárias mais altas. 

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento de 4,24% no final de agosto, abaixo dos 4,50% nos 12 meses encerrados em julho, conforme informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10).

Apesar da queda nos preços no mês passado, as projeções de inflação têm mostrado tendência de alta devido à deterioração das finanças públicas e ao sólido desempenho do mercado de trabalho e da economia até o momento. A pressão adicional dos preços dos alimentos também pode influenciar a política monetária do Banco Central no futuro.

"Prevemos um aumento de 25 pontos-base na taxa de juros Selic para 10,75%, seguido por um aperto adicional para 12% até o início de 2025", disse Jason Tuvey, vice-economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics, em um relatório de pesquisa após o IBGE publicar seus números de inflação de agosto.