Inflação no México acelera pelo quinto mês consecutivo

A inflação geral no México registrou alta de 1,05% em julho e acumula 5,57% na taxa anualizada, superando os 4,98% de junho e atingindo o maior nível desde maio de 2023, após cinco meses consecutivos de aumentos, segundo a agência de estatísticas Inegi.

“As pressões foram observadas principalmente no componente não subjacente [alimentos e energia], que acumula cinco meses consecutivos de aceleração”, disse Gabriela Siller, diretora de análise econômica do Grupo Financiero Base, em sua conta na rede social X, antigo Twitter.

Em julho, o núcleo da inflação registou um aumento anual de 10,36%, o maior desde agosto de 2022, quando chegou a 10,65%. “Vale destacar que esta é a primeira vez que a inflação não subjacente registra variação anual de dois dígitos, após 22 meses consecutivos de variações de um dígito e até variações negativas em dois desses meses”, apontou Siller.

“Sem surpresa, a inflação continuou a subir em julho, saltando para mais de 5,5%, em grande parte impulsionada pelos preços de itens não subjacentes. O núcleo da inflação caiu levemente, mas ainda está acima de 4%”, comentou Alfredo Coutiño, diretor da Moody’s Analytics, também no X.

“As duas taxas de inflação terminarão o ano acima de 4%”, segundo Coutiño. Siller, por sua vez, prevê que a inflação no México será de 4,95% no final do ano.

A executiva do Grupo Financiero Base afirma que, embora as pressões inflacionárias não subjacentes geralmente não sejam motivo para preocupação, já que estão associadas a produtos com preços mais voláteis, “como a inflação elevada deste componente é persistente, ela ameaça pressionar a inflação geral no futuro”.

O Banco Central anunciará nesta quinta-feira (8) sua decisão de política monetária e a inflação elevada reforça as expectativas de que não haverá corte, com a entidade mantendo a taxa de referência em 11%, como tem acontecido desde março.

“As condições inflacionárias exigem prudência e consistência com o objetivo [de manter a estabilidade de preços]. Um corte nas taxas hoje é inconsistente e deixa de lado a determinação de conter a inflação”, alertou Coutiño.