‘Insegurança e ingovernabilidade dificultam a implantação de infraestrutura de telecomunicações no México’, diz especialista

A ingovernabilidade e a violência são os principais problemas que dificultam os esforços das operadoras de telecomunicações mexicanas para instalar e implantar infraestrutura.

Isso é especialmente verdadeiro em áreas rurais onde os grupos criminosos geralmente são poderosos e os governos municipais têm pouca ou nenhuma consideração pela estrutura legal do regulador de telecomunicações IFT, de acordo com um especialista.

“Onde se tornou muito difícil é em Tamaulipas, em algumas partes de Nuevo León, no norte. E em outros lugares não é só o crime organizado, são os membros da comunidade, são os latifundiários. Eles dizem: 'Ou você me paga ou não passa', disse Enrique Yamuni Robles, presidente da Câmara Nacional da Indústria Eletrônica, de Telecomunicações e Tecnologias da Informação (Canieti), à BNamericas, em um evento na terça-feira (13).

Há também vandalismo, disse ele. “Eles cortam os cabos e quando você chega para consertar, eles roubam de você. Isso não pode continuar acontecendo. A segurança no país se tornou um custo extra gigantesco”, disse.

Yamuni participou de um painel sobre 5G e seu impacto na produtividade durante o evento Ericsson Imagine Live 5G.

Questionado sobre os obstáculos à implantação de infraestrutura para a nova tecnologia, ele disse que a insegurança no meio rural é um problema com que as operadoras se deparam diariamente e que deve ser enfrentado.

Nessas áreas remotas, explicou, certas autoridades municipais não respeitam o sistema regulatório do IFT e, por vezes, cobram aos operadores a realização de obras de instalação e até de utilização do espaço aéreo.

“A lei existe, o que temos que fazer é esclarecê-la”, disse Yamuni, acrescentando que alguns governos locais apresentam sua própria interpretação da lei, embora esteja claro que o IFT é o regulador de telecomunicações do país.

“Temos que reforçar a [lei federal de telecomunicações] de maneira geral, com todas as leis, para dizer quem é que tem poder sobre as comunicações”, disse ele.