Investimentos em mineração no México devem cair para US$ 3,8 bi em 2025

Os investimentos no setor de mineração do México cairão mais de 20% no próximo ano, atingindo cerca de US$ 3,8 bilhões, segundo Pedro Rivero, presidente da Câmara de Mineração Mexicana (Camimex).

“Estimamos fechar este ano com US$ 5 bilhões de investimento, infelizmente tem havido queda. Para 2025, projetamos US$ 3,8 bilhões”, afirmou Rivero em resposta a uma pergunta da BNamericas durante a apresentação do Relatório de Sustentabilidade 2024 do grupo, na terça-feira.

O novo presidente da Camimex prevê que, após receber mais de US$ 600 milhões em exploração mineral no ano passado, entre membros e não membros da câmara, o valor cairá para cerca de US$ 500 milhões em 2024 e US$ 400 milhões no próximo ano.

As razões para a contração dos investimentos projetados incluem a política de congelamento na concessão de novas licenças e a desaceleração das atividades de exploração após a reforma da mineração de maio de 2023, durante o governo de Andrés Manuel López Obrador, que ainda não foi regulamentada.

A reforma concede ao Serviço Geológico Mexicano a exclusividade na exploração mineral, o que dificulta a participação de empresas privadas.

“Como temos enfrentado algumas restrições na exploração mineral, que é o início da nossa cadeia, isso resulta em menos investimentos no downstream”, explicou Rivero.

O montante projetado para 2024 no setor é inferior aos US$ 5,13 bilhões estimados em julho pela câmara. Os investimentos previstos para o próximo ano seriam os mais baixos desde 2020, ano impactado pela crise da pandemia da Covid-19.

INDÚSTRIA SUSTENTÁVEL

A Camimex destacou no seu relatório de sustentabilidade que, no ano passado, suas empresas afiliadas investiram quase 7 bilhões de pesos (aproximadamente US$ 350 milhões) em ações voltadas para proteger o ambiente e operaram 100 estações de tratamento de água. Além disso, cerca de 70% da água utilizada nos processos de mineração foi proveniente de água recirculada.

Além disso, 40 operações mineradoras produziram e consumiram energia limpa, o que representa 35% do consumo total de energia do setor, com a meta de chegar a 46% em 2023.

A Camimex reiterou no seu relatório que, como a indústria de mineração é intensiva em capital, os investimentos necessitam de previsibilidade a longo prazo.

“No México, diversos fatores têm impactado a competitividade da indústria para a atração de investimentos, incluindo o marco jurídico, a eficiência nos trâmites, as condições fiscais e a falta de incentivos para exploração”, afirmou a câmara no documento.

Rivero garantiu que o setor colaborará com as novas autoridades da administração de Claudia Sheinbaum em buscar de reativar os processos de concessão de licenças necessários para a atividade. “É muito importante conseguirmos reativar a entrega de novas licenças, que tem atrasado um pouco nos últimos anos. Somente assim conseguiremos avançar com as operações que necessitam dessas licenças para continuar a operar e também ativar novas operações”, declarou.

O presidente da Camimex enfatizou que os diversos players do setor continuam trabalhando para tentar impedir a proibição da mineração a céu aberto, que está em debate no Congresso.