Investimentos em mineração no Peru podem exceder projeções do governo

Os investimentos totais em mineração do Peru neste ano devem superar os de 2023, e podem até ultrapassar as projeções oficiais do Ministério de Energia e Minas (Minem), segundo o Banco Central.

A autoridade monetária estima que os investimentos mineiros poderão atingir US$ 5,3 bilhões este ano, superando os US$ 5 bilhões projetados pelo Minem. A pasta informou que os investimentos atingiram US$ 1,32 bilhão no período entre janeiro e abril, ante US$ 1,19 bilhão no mesmo período de 2023.

Os dados estão no relatório de inflação de junho de 2024. “Vemos um crescimento de até US$ 5,3 bilhões em investimento em mineração [em 2024] e US$ 5,6 bilhões até 2025. Isto já ultrapassaria a queda em 2023 [US$ 4,91 bi] e até mesmo os níveis de 2022 [US$ 5,24 bi]”, afirmou em conferência Julio Velarde, presidente do Banco Central peruano.

Segundo o Minem, este ano serão produzidos pelo menos 3 milhões de toneladas de cobre e 110 milhões de gramas finas de ouro (3,54 Moz). Ambos os níveis não são apenas elevados em comparação com os anos anteriores, mas trazem consigo mais investimentos em áreas como equipamentos de mineração para atender aos atuais volumes de produção.

Os projetos brownfield, anteriormente paralisados, também estão avançando mais rapidamente este ano, o que ajuda a impulsionar os investimentos.

CONSTRUÇÃO

De acordo com o Banco de Crédito del Perú (BCP) – maior banco comercial do país –, o impulso adicional para investimentos em mineração neste 2024 vem de três projetos em construção: a expansão da mina de cobre Toromocho, da Chinalco; a otimização da mina de ouro Inmaculada, da Hochschild; e a construção da mina de ouro San Gabriel, em Buenaventura.

No caso de Toromocho, a segunda fase da expansão será concluída este mês. Com isso, a mina localizada na região de Junín está agora pronta para produzir até 75 mil toneladas por ano do metal. No final de 2023, 700 milhões dos 815 milhões de dólares prometidos já tinham sido executados, segundo Minem.

Para Inmaculada, no final de maio, a Hochschild recebeu aprovação de um primeiro relatório técnico substitutivo que propõe obras iniciais no valor de US$ 13 milhões. Da mesma forma, em meados de 2023, a empresa recebeu aprovação para uma segunda modificação no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), o que libera a realização de obras no valor de US$ 1,37 bilhão para desenvolver reservas e recursos próximos das operações atuais.

Já com relação a San Gabriel, executivos da Buenaventura indicaram que serão investidos até US$ 220 milhões este ano, dado que a principal fase de construção já começou. O projeto, cujo capex chega a US$ 470 milhões, entrará em operação comercial em meados de 2025.

Outro projeto importante ―não contemplado pelo BCP― é a nova cava de Chalcobamba, da Minera Las Bambas. Apesar dos altos e baixos dos últimos anos, o projeto, cujas obras começaram em janeiro, estaria concluído entre o final deste ano e o início de 2025, com US$ 130 milhões investidos na preparação do local.

Por fim, mesmo com a Antamina já tendo luz verde para a expansão de US$ 2 bilhões da sua unidade de mineração, as obras deverão começar em 2025. Embora o EIA já tenha sido aprovado, seguem-se as licenças de construção e operação, e esse será o foco durante este ano.