Itaú se aproxima de 70% da migração para a nuvem e negocia com novos provedores

O brasileiro Itaú Unibanco, maior banco privado da América Latina, transferiu para a nuvem quase 70% das cargas de trabalho de dados que havia mapeado para essa migração, de acordo com o CEO Milton Maluhy Filho.

O Itaú contratou a Amazon Web Services (AWS) em 2010, sob um contrato de 10 anos no que é considerado um dos maiores acordos que a AWS fechou na América Latina. Na ocasião, o banco mapeou cerca de 3.700 serviços a serem migrados de seus sistemas legados para a AWS.

“Agora temos dois terços do que é relevante para o cliente, daquilo que é ‘cloudificável’, rodando na AWS”, respondeu o executivo a uma pergunta da BNamericas durante uma breve conversa com a imprensa local no evento Febraban Tech, em São Paulo.

Apesar do contrato com a AWS, o banco está em negociações com outros provedores para novas aplicações e processos baseados em nuvem, revelou Maluhy Filho, sem revelar quem são esses players.

“Estamos usando outras nuvens também, além da AWS. Estamos fazendo testes específicos, embora nosso contrato, nosso grande parceiro, seja a AWS.”

Embora Maluhy Filho não tenha dado detalhes, um desses parceiros é a Oracle.

Em maio, o diretor de TI do banco, Fábio Napoli, falou no evento anual de nuvem da Oracle em São Paulo, o Oracle CloudWorld.

O Itaú já era cliente da Oracle para hardware on-premise e soluções de armazenamento, como o Oracle Exadata.

Com os demais provedores, o Itaú passa a adotar um modelo multicloud semelhante ao do Bradesco, outro grande banco privado brasileiro.

Dependendo das aplicações, o Bradesco utiliza soluções de nuvem da Microsoft, Oracle e AWS.

O banco digital brasileiro Banco Inter é outro cliente da nuvem da AWS.

A migração para a nuvem continua sendo o principal alvo de infraestrutura e back-office dos investimentos em tecnologia dos bancos brasileiros. A Febraban projeta que os investimentos em nuvem crescerão pelo menos 20% neste ano.

No geral, o setor bancário local deve investir R$ 45,1 bilhões (US$ 9,41 bilhões) em tecnologia este ano, um aumento de 29% em relação a 2022, segundo a Febraban e a consultoria Deloitte.

Caso se concretize, será o maior aumento dos últimos cinco anos.