Lei de armazenamento do Chile ‘provavelmente’ desencadeará investimentos enquanto o setor aguarda legislação secundária

O Chile pode testemunhar uma onda de projetos autônomos de armazenamento de energia nos próximos anos, uma vez que nova capacidade associada é necessária para apoiar as metas da política energética de longo prazo do governo.

Uma lei de armazenamento de energia e eletromobilidade entrou recentemente nos livros de estatuto, abrindo a porta para injeção e remuneração de capacidade para esses projetos de armazenamento puro.

O Chile está construindo seu parque de energia renovável e aposentando sua frota de usinas movidas a carvão, impulsionando a necessidade de rede de transmissão e investimento em armazenamento para acompanhar e apoiar o crescimento.

Atingir uma meta do plano de energia de 2023-2027 envolveria a instalação de 1GW-2GW de capacidade do sistema de armazenamento. Atualmente, 70 MW de capacidade de armazenamento estão disponíveis, o que significa até 30 vezes mais que poderia ser necessário, disseram os advogados Cristóbal Illanes e Alejandro Covarrubias, do escritório chileno Grupo Evans, à BNamericas, em entrevista por e-mail.

Diante do cenário, “é muito provável” que a legislação desencadeie ou incentive o desenvolvimento desse tipo de projeto pelo setor privado, disseram. A capacidade associada de 275 MW tem luz verde ambiental ou aguarda aprovação, enquanto 60 MW está em construção.

Illanes e Covarrubias acrescentaram que a legislação secundária que regerá a implementação da lei é vital e fornecerá sinalização para investidores e, provavelmente, delineará áreas como procedimentos de licitação. Os funcionários têm um ano a partir da data de publicação da lei – 21 de novembro de 2022 – para introduzir a legislação secundária.

O Chile pretende se tornar neutro em carbono até 2050. Uma das principais metas do setor de energia é obter 80% da eletricidade de fontes limpas até 2030. Em novembro, as usinas de energia renovável não convencional representaram 2,42 TWh (35,6%) dos 6,78 TWh gerados naquele mês, um aumento de 2,3% em relação ao ano anterior, disse a associação local de energia renovável e armazenamento Acera, em um relatório.

As hidrelétricas convencionais responderam por 33,3% e as termelétricas por 31,1%. Substituir apenas cerca de 5 GW de capacidade de carvão – um processo já em andamento – exigiria cerca de 15 GW de capacidade eólica e solar.

Em termos de armazenamento, alcançar a saída do carvão em 2030 exigiria vários gigawatts de bateria e soluções de longa duração, como armazenamento bombeado, de acordo com um relatório recente encomendado pela Acera. A meta atual para que isso aconteça é 2040.

A sócia Illanes e a associada Covarrubias afirmaram que é necessária uma ação mais ampla e coordenada dos diferentes players do setor para facilitar a transição energética.

A entrevista completa será publicada na primeira semana de janeiro.