Licitação de reversão de fluxo de gasoduto de US$ 700 milhões atrai três propostas na Argentina

Três proponentes participaram do processo de licitação do contrato para executar o projeto de reversão de fluxo do Gasoducto Norte, de US$ 710 milhões, na Argentina.

A iniciativa é fundamental para os planos de substituição das importações de gás boliviano – que devem terminar em 2024 –, apoiando o transporte do gás da bacia de Neuquén para o norte da Argentina. A bacia abriga a formação de hidrocarbonetos não convencionais de Vaca Muerta, o motor de crescimento da produção de gás do país.

A empresa estatal de energia e proprietária do projeto Energía Argentina recebeu propostas da BTU, Pumpco e do consórcio Techint-Sacde após o lançamento do processo, em agosto. As ofertas econômicas devem ser abertas em outubro.

O contrato de EPC envolve a construção de um gasoduto de 122 km de diâmetro e 36 polegadas entre Tío Pujio e La Carlota, na província de Córdoba, e dois circuitos de 62 km com gasodutos de 30 polegadas, além da reversão do fluxo de injeção de gás em quatro estações de compressão existentes nas províncias de Córdoba, Santiago del Estero e Salta.

O país recebeu um empréstimo de até US$ 540 milhões do banco de desenvolvimento regional CAF e o departamento federal de energia instruiu a administradora do mercado atacadista de energia Cammesa a reservar, para um empréstimo do projeto, as receitas obtidas com as exportações de eletricidade.

A transportadora de gás TGN já executou US$ 11,6 milhões em trabalhos iniciais associados.

“A reversão do Gasoducto Norte permitirá levar o gás de Vaca Muerta às indústrias de Córdoba, Tucumán, La Rioja, Catamarca, Santiago del Estero, Salta e Jujuy, além da conexão de residências à rede de gás natural e o desenvolvimento em grande escala de novas atividades industriais, em especial a mineração de lítio”, afirmou a Energía Argentina em um comunicado.

O projeto de reversão de fluxo faz parte da segunda fase do projeto Presidente Néstor Kircher, cujo principal componente é um gasoduto de US$ 3 bilhões ainda em fase de pré-licitação.

As importações bolivianas são consumidas atualmente no norte da Argentina. As importações têm apresentado uma tendência de queda, girando em torno de 8 MMm³/d no início de setembro, abaixo do pico de 17-18 MMm³/d.

O projeto atual permitirá o envio de até 19 MMm³/d para o norte, enquanto uma possível terceira fase – envolvendo mais circuitos e obras em estações de compressão – faria a capacidade subir para 29 MMm³/d.

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Segundo a Energía Argentina, o comissionamento deve ocorrer antes do início da temporada de inverno de 2024 no país, no meio do ano. A companhia acrescentou que exportações para Chile, Bolívia e Brasil serão possíveis.