Lithium Ionic investirá US$ 230 mi em projeto de lítio em Minas Gerais

A júnior canadense Lithium Ionic planeja investir US$ 233 milhões em uma mina de lítio no depósito Bandeira, parte do projeto Itinga, localizado no estado de Minas Gerais.

O valor consta da avaliação econômica preliminar (PEA) realizada pela consultoria brasileira GE21 Consultoria Mineral, com apoio da SNC Lavalin.

“Os resultados robustos da nossa PEA marcam um marco importante na redução de riscos em direção ao nosso objetivo de nos tornarmos um fornecedor de curto prazo de concentrado de espodumênio de alta qualidade para as cadeias globais de fornecimento de lítio e veículos elétricos”, disse o CEO Blake Hylands em um comunicado à imprensa.

“O depósito Bandeira demonstrou sua simplicidade técnica e notável viabilidade econômica, colocando-o entre os produtores de concentrado de espodumênio de menor custo do mundo. Além disso, esta PEA apresenta uma vida útil impressionante de 20 anos em apenas um de nossos depósitos”, acrescentou. Hyland informou também que a avaliação definitiva de viabilidade e impacto ambiental está prevista para o final do ano, abrindo caminho para o licenciamento ambiental.

O desenho de engenharia do projeto Bandeira contempla operações duplas de mineração subterrânea.

POLÊMICA

Itinga é um dos muitos projetos que ganham escala na região do Vale do Jequitinhonha. O estado vem facilitando a mineração na área para aumentar a produção de lítio e abastecer a transição energética.

No entanto, o governador Romeu Zema (Novo) declarou recentemente que a indústria de veículos elétricos poderia eliminar milhares de empregos nas indústrias de veículos tradicionais e autopeças. Zema defende o etanol como combustível sustentável.

“Nosso carro movido a etanol, que muitas vezes é esquecido, é tão sustentável quanto o carro elétrico ou até melhor. Muitas vezes o que estamos observando é um carro elétrico ligado na tomada e o que por trás dele gera essa energia é uma termelétrica altamente poluente”, afirmou Zema.

A maioria dos veículos no Brasil funciona com uma mistura de gasolina e etanol, produzido principalmente a partir da cana-de-açúcar.

O debate deverá se intensificar, uma vez que a indústria do etanol é poderosa e porque os especialistas consideram financeiramente inviável estabelecer uma infraestrutura de carregamento em todo o continente.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vetou na semana passada um projeto de lei que promovia isenção de impostos para proprietários de veículos elétricos.