Magnata mexicano Slim pede grandes investimentos em infraestrutura

Para o magnata mexicano Carlos Slim, proprietário do conglomerado Carso e do grupo de telecomunicações América Móvil, é necessário um grande investimento em infraestrutura para que as demandas do nearshoring sejam atendidas.

Durante discurso em um fórum sobre as perspectivas relacionadas à implementação eficiente da engenharia mexicana para melhorar as condições de investimento no país na última terça-feira (2), Slim destacou que o setor de infraestrutura tem vários projetos pendentes.

Segundo o empresário, os investimentos necessários devem corresponder a 28% do PIB do país. “É claro que temos que iniciar imediatamente a construção de toda a infraestrutura de que o país precisa. [...] Teremos uma necessidade enorme de infraestrutura e, levando em conta que estamos atrasados, teremos que multiplicar os esforços”, disse Slim.

“O México já está exportando mais para os Estados Unidos, o que nos falta é infraestrutura, engenharia… O país exigirá [a construção de] armazéns, fábricas e outras instalações, além de residências”, completou.

Slim também demonstrou preocupação com a superexploração do aquífero que abastece a região metropolitana da Cidade do México, causando uma redução na argila contida no solo, o que resulta em colapsos e deslizamentos de terra.

Em relação à infraestrutura aeroportuária, Slim ressaltou que o governo está cometendo um erro ao tentar substituir o Aeroporto da Cidade do México pelo Aeroporto Internacional Felipe Ángeles (AIFA).

“Há um erro por parte do governo. Acredito que é bom que o aeroporto de Santa Lucía [AIFA] tenha sido construído, mas ele deveria ser um acréscimo [à rede aeroportuária da capital], não um substituto”, afirmou. “Com base nessa premissa, eles estão negligenciando o Aeroporto da Cidade do México para pressionar as companhias aéreas a se mudarem [para o AIFA]”.

Slim também disse estar confiante na construção de um projeto ferroviário de passageiros da Cidade do México a Querétaro no futuro – depois do primeiro projeto, avaliado em mais de 50 bilhões de pesos (US$ 2,7 bilhões na cotação atual), ter sido cancelado em fevereiro de 2015.

“Acredito que no final será construído, em comparação com o da Cidade do México-Toluca, que não faz sentido e foi quatro vezes mais caro do que o esperado”, pontuou.