Maha prevê grande potencial no Cluster Peroá, na Bacia do Espírito Santo

Novos prospectos podem tornar o Cluster Peroá no principal produtor de gás natural do Espírito Santo durante décadas, segundo projeção da Maha Energy.

Em 2023, a Maha, listada na Suécia, comprou a DBO. Com isso, adquiriu uma participação de 15% na 3R Offshore, que se tornou a operadora de Peroá após comprar o ativo da Petrobras.

A 3R Offshore é uma subsidiária da 3R Petroleum, empresa com participação de 5% da Maha

O Cluster Peroá está localizado nas águas rasas da Bacia do Espírito Santo, no litoral sudeste do país, e engloba os campos de produção de Peroá e Cangoá, além da descoberta de Malombe, no bloco BM-ES-21.

Fonte: Energia Maha

Com 2,7 Bm³ (bilhões de metros cúbicos) de descobertas provadas de gás, Malombe deverá ser conectada à plataforma Peroá por meio de um gasoduto de 15 quilômetros.

“Do ponto de vista da Petrobras, a descoberta de Malombe como está é muito menor do que a enorme área que eles mantinham, então isso é apenas um sinal de que eles também viram prospectos adicionais”, disse Kjetil Solbraekke, CEO da Maha, em um webcast para investidores, nesta terça-feira (27).

O executivo disse que Malombe tem potencial para se tornar um polo estratégico para futuros projetos na região.

“Há um potencial de crescimento significativo em Peroá”, disse ele.

Em julho, a 3R assinou um contrato de venda de gás (GSA) com a distribuidora de gás do Espírito Santo ES Gás – comprada pela Energisa no ano passado – além de realizar vendas no mercado spot.

O GSA tem validade até dezembro de 2025 e envolve o compromisso da 3R de fornecer 400 mil m³/d de gás natural à ES Gás.

Atualmente, o Cluster Peroá tem capacidade de produção de cerca de 650 mil m³/d de gás e qualquer volume excedente ao contrato GSA poderá ser negociado entre as partes ou vendido no mercado spot.

O GSA foi assinado mediante acordo entre a 3R Offshore e a Petrobras para processar o gás produzido em Peroá na planta de Cacimbas desta última.

A produção líquida média do Cluster durante o quarto trimestre de 2023 foi de 516 boe/d (barris de óleo equivalente).

PAPA TERRA

A Maha Energy disse que as intervenções deverão ocorrer em poços de completação úmida que estão atualmente fora de operação no campo de Papa Terra, também operado pela 3R Petroleum.

Papa Terra é um campo de óleo pesado localizado em águas profundas na Bacia de Campos, no litoral do estado do Rio de Janeiro.

É desenvolvido com um FPSO (3R-3) e uma plataforma tension leg wellhead (3R-2), com capacidade combinada de processamento de 140 mil b/d.

A produção líquida média do cluster durante o quarto trimestre de 2023 atingiu 1.535 boe/d.

Para este semestre, estão programados um poço adicional de workover e um poço de desvio (PPT-52).

Ainda neste ano, será lançada uma campanha de flotel (hotel flutuante) com mais de 100 trabalhadores a bordo para concluir a recuperação da integridade dos ativos.

Esta campanha tem duração prevista de 90 dias, com até 20 dias de paralisação da produção no terceiro trimestre deste ano.

CONSOLIDAÇÃO

Maha prevê grande potencial de consolidação no mercado de exploração e produção do Brasil.

Em janeiro, a empresa propôs a combinação dos ativos da 3R e da PetroRecôncavo.

Segundo Maha, a operação resultaria em uma produção combinada de 80 mil boe/d, com potencial para ultrapassar 100 mil boe/d em 2025.

“As extensas sinergias existentes entre as duas empresas irão desbloquear um valor significativo para todos os acionistas envolvidos. A 3R Petroleum poderá se concentrar no aprimoramento de seus ativos offshore”, disse a empresa em seu relatório financeiro do quarto trimestre de 2023.

Durante o webcast para os investidores, Solbraekke disse que há oportunidades potenciais de consolidação entre players privados no segmento offshore do Brasil, como Trident Energy, Karoon, 3R Offshore, Enauta, Perenco e BW Energy.