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Medellín quer diluir participação na Tigo-Une

Bnamericas

A administração de Medellín solicitou à Câmara Municipal da cidade colombiana que autorize a diluição da participação da EPM na UNE EPM Telecomunicaciones (Tigo-Une), segundo um relatório da EPM dirigido ao regulador.

A notícia surge em meio a um debate sobre a falta de acordo de capitalização entre os acionistas da empresa – Millicom (49,9%) e EPM (50%).

Na semana passada, foi proposta a emissão de 228 milhões de ações sujeitas a direitos de preferência visando uma capitalização de 603 bilhões de pesos (US$ 153 milhões) em partes iguais para a EPM, com sede em Medellín, e a Millicom. Contudo, a EPM rejeitou a oferta. Depois disso, a Millicom sugeriu “dar instruções ao conselho de administração para a elaboração, sujeita ao direito de preferência, do regulamento de subscrição da totalidade das ações de reserva da empresa”.

Caso a Millicom assumisse a totalidade da capitalização, a participação da Tigo-Une cairia para cerca de 2%, segundo a proposta, que levou o prefeito de Medellín, Daniel Quintero, a recomendar a proteção do patrimônio público.

A princípio, Quintero queria que a Millicom apresentasse o pedido ao conselho, mas a empresa se recusou. No ano passado, a EPM tentou vender sua participação na Tigo-Une, porém, o conselho não aprovou a decisão.

EPM e Millicom têm até 9 de outubro para chegar a um acordo que evite o processo de reorganização empresarial.

“Para nós, não há ações claras entre os sócios que nos façam considerar que essa transação possa ser consolidada antes desta data”, afirmou a BRC, unidade da agência de classificação S&P Global, em um relatório.

Se a capitalização da Tigo-Une não se concretizar, as pressões de liquidez seriam exacerbadas e implicariam riscos de continuidade dos negócios, segundo o documento.

A capitalização promovida pela Millicom permitiria o pagamento de suas obrigações financeiras e o fortalecimento do seu patrimônio, “o que poderia dar um sinal de estabilidade financeira ao mercado para que tenha acesso às garantias necessárias para a renovação do espectro eletromagnético”, acrescentou a BRC no relatório.

Com base em informações da BRC, o caixa disponível em agosto era suficiente para pagar apenas 45,5% dos vencimentos previstos para outubro, no valor de 235 bilhões de pesos.

O relatório enviado ao regulador menciona que em outubro deverão ser pagos 500 bilhões de pesos aos bancos pelo espectro, além da apresentação de uma política que comporte pagamentos futuros ao governo federal no valor de US$ 200 milhões.

“Embora ainda existam estratégias de liquidez por parte da administração para o acesso a fontes alternativas que permitam melhorar a liquidez da Tigo, consideramos que elas também dependem de condições fora de seu controle”, pontua o relatório.

A BRC reduziu o rating da dívida de longo prazo de “A” para “BB”, com estatuto de revisão especial negativo, para títulos emitidos em 2011 e 2016.

SITUAÇÃO DA TIGO-UNE

A entrada da WOM no mercado colombiano levou a Tigo a aplicar uma estratégia de paridade de preços. A medida reduziu a receita média por usuário (ARPU) de 52.300 para 36.400 pesos, segundo o relatório enviado ao regulador.

A Tigo é a quarta operadora do mercado, com 18,4% de participação, atrás de Claro, Movistar e WOM.

A situação da Tigo-Une se agravou após a aquisição de espectro no último leilão. Além disso, a pandemia de Covid-19, o aumento da concorrência e a volatilidade política e macroeconômica prejudicaram os negócios.

A Millicom também propõe a venda da infraestrutura de fibra ótica e TV por assinatura da Tigo-Une para uma empresa de rede neutra, assim como a integração das redes móveis com a Movistar.

A Tigo-Une informou que, no acumulado do ano até agora, foram investidos mais de US$ 100 milhões na implantação e manutenção de suas redes.

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