Medidas dos EUA miram setor de ouro da Nicarágua

O governo dos EUA está mirando a indústria de mineração de ouro da Nicarágua, em novas medidas destinadas a aumentar a pressão sobre o regime autoritário do presidente Daniel Ortega.

O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou novas sanções à Direção Geral de Minas da Nicarágua, enquanto o presidente Joe Biden assinou uma ordem executiva dando ao tesouro autoridade para atacar empresas e indivíduos americanos que operam ou operaram no setor de ouro do país centro-americano.

A ordem também fornece poderes sancionadores expandidos que podem ser usados para proibir novos investimentos dos EUA em indústrias-chave.

“Ortega e seus comparsas continuam a usar os lucros da produção e venda de ouro para encher seus próprios bolsos e pagar aqueles que mantêm o regime no poder”, disse o Tesouro em um comunicado.

O presidente Ortega (na foto) garantiu um quarto mandato consecutivo após as eleições de novembro passado, as quais nações ocidentais denunciaram como injustas, com líderes da oposição presos ou forçados a fugir do país.

Os EUA impuseram sanções à empresa estatal de mineração de ouro da Nicarágua (Eniminas) em junho devido a preocupações de que o governo esteja usando a receita do metal precioso para oprimir a população.

O ouro foi a segunda maior exportação da Nicarágua atrás do café entre janeiro e julho, com US$ 561 milhões, em comparação com US$ 877 milhões no ano inteiro de 2021.

As empresas de mineração de ouro ativas no país incluem a canadense Caliber Mining, que opera as minas Libertad e Limón, além de depósitos satélites, e a Mako Mining, com a mina San Albino.

A colombiana Mineros também tem as operações da Hemco Nicarágua, enquanto a inglesa Condor Gold está avançando em seu projeto de ouro La India para a produção.