Mercado latino-americano de smartphones deve se recuperar no 2º semestre, acredita a Qualcomm

A fabricante norte-americana de chips Qualcomm vê a venda de smartphones, pelo menos de alguns dispositivos, se recuperando na América Latina no segundo semestre, após vários trimestres de vendas fracas, disse à BNamericas o presidente da empresa para a América Latina, Luiz Tonisi.

A tendência está em linha com a recuperação gradual, ainda que frágil, das economias da região e um maior interesse por aparelhos mais avançados, afirmou.

“Com juros mais altos, inflação persistente, o poder de compra para aquisição de bens duráveis fica afetado. Houve uma queda, mas já vemos alguns sinais positivos de estabilização e, em alguns segmentos, uma pequena melhora, o que esperamos principalmente para o segundo semestre”, afirmou Tonisi.

A Qualcomm fornece a família de semiprocessadores Snapdragon, que alimenta dispositivos fabricados pelas marcas de smartphones Samsung e Motorola, entre outras.

Alavancar a venda de smartphones com 5G – em geral são aparelhos de última geração – é fundamental para que as operadoras de telefonia móvel possam acelerar os investimentos na expansão das redes 5G para além dos grandes centros urbanos e, por fim, vender planos e serviços relacionados a esta tecnologia.

No entanto, o mercado latino-americano de smartphones encolheu em termos de número de aparelhos vendidos. Isto se deve à economia, mas também ao fim da tendência dos usuários terem mais de um aparelho, entre outros fatores.

“Desktops, notebooks, tablets, feature phones, smartphones, impressoras, multifuncionais, monitores e wearables enfrentaram diversos momentos críticos em 2022 e esse mercado de dispositivos continuará com uma dinâmica desafiadora em 2023”, comentou em um relatório de fevereiro Reinaldo Sakis, gerente de consumer devices da IDC Latin America.

No Brasil, foram vendidos 6,93% menos aparelhos em 2022 em relação a 2021, segundo a IDC.

No ano passado, 42,6 milhões de dispositivos foram vendidos no país, dos quais 40,6 milhões eram smartphones e 1,92 milhões feature phones, com quedas interanuais de 6,31% e 18,3%, respectivamente.

No México, o mercado de smartphones teve uma queda de 9,0% no número de aparelhos vendidos em 2022 para 28,9 milhões, mas um aumento de 22% no valor devido à venda de telefones mais avançados, segundo a IDC.

A entidade também projeta vendas de 29,2 milhões de smartphones no México em 2023. Para o Brasil, a expectativa é de crescimento de um dígito em unidades vendidas.

“O mercado brasileiro costumava ser um mercado que vendia 60 milhões de telefones por ano no passado. É um mercado que já caiu uns 20% se você pegar os dados históricos do pico de consumo. Por outro lado, o valor médio dos smartphones vendidos aumentou. Ou seja, o usuário que compra está comprando mais celulares de última geração”, concluiu Tonisi.

As vendas de smartphones com preços acima de US$ 400 tiveram aumento tanto em unidades quanto em valor total. Enquanto isso, as vendas de dispositivos intermediários sofreram uma queda modesta e as dos níveis básicos apresentaram a maior baixa.