Methanex está otimista com perspectivas de importação de gás da Argentina para unidade chilena

A empresa canadense de metanol Methanex está otimista com as perspectivas de aumentar as importações de gás argentino para suas operações no Chile.

A Methanex espera receber mais gás da Argentina durante todo o ano em suas duas unidades de produção em Punta Arenas, na região de Magalhães.

O gás chileno cobre 30-35% da demanda das usinas. Durante os meses mais quentes da Argentina, quando a demanda interna diminui, as importações vindas de lá normalmente cobrem os 60-65% restantes, permitindo que as unidades operem a taxas plenas.

“Não posso divulgar prazos exatos, mas acho que muitas coisas positivas acontecerão nos próximos anos e, certamente, estaremos trabalhando de perto com nossos fornecedores de gás na Argentina”, afirmou o CEO da Methanex, Rich Sumner, durante a teleconferência de resultados do quarto trimestre da empresa.

O objetivo da companhia, segundo ele, é “contratar, a longo prazo, todo esse gás fora do período de inverno e, com o tempo, encurtar os períodos de transição em que podemos avançar para o abastecimento total de gás”.

Cinco dutos – dois deles classificados como parte da rede nacional de transporte de gás da Argentina – são destinados aos despachos associados.

De acordo com dados do regulador de gás argentino Enargas, em janeiro, foram enviados 1,48 MMm³/d (milhões de metros cúbicos) e 290.000 m³/d através dos dutos conectados à rede Methanex EGS (Emprendimientos de Gas del Sur) e Methanex YPF, respectivamente.

O gasoduto Methanex SIP (Enap Sipetrol Argentina), de propriedade da operadora, transportou 990.000 m³/d para o Chile.

A produção estimada da Methanex Chile para este ano é de 1,1-1,2 MMt.

A produção de 1.000 toneladas de metanol requer 1 milhão de m³ de gás natural, informou o veículo argentino EconoJournal.

A Argentina está trabalhando para aumentar a produção doméstica de gás para substituir as importações e impulsionar as exportações, com os investimentos concentrados na formação de hidrocarbonetos não convencionais de Vaca Muerta e na província offshore da Terra do Fogo, onde um consórcio está instalando e conectando a plataforma Fénix, de 10  MMm³/d. Um desafio para a Argentina é achatar a curva de demanda, que hoje aumenta nos meses mais frios, e construir infraestrutura de midstream em um contexto de condições macroeconômicas difíceis.

Enquanto isso, a melhoria dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas atenuou a demanda por geração termelétrica, impactando, por sua vez, os volumes de gás necessários na Argentina e no Chile.

Tendo como pano de fundo a transição energética, a Methanex está envolvida em negociações de fornecimento de combustível para companhias marítimas, que envolvem metanol convencional e variantes mais sustentáveis.

A equipe de soluções de baixo carbono da Methanex “está trabalhando com eles para entender como podemos fornecer soluções, sejam investimentos em metanol verde ou convencional ou ambos”, destacou Sumner.

As regulamentações europeias estão aguçando o apetite por metanol verde ou de baixo carbono, enquanto as conversas a respeito do metanol convencional estão “acontecendo também fora da Europa e com outras companhias de transporte marítimo”, disse ele.

Várias plantas de hidrogênio verde e derivados estão planejadas para Magalhães, inclusive projetos que visam a produção de e-metanol e amônia verde.

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A Vista Energy, terceira maior produtora de petróleo da Argentina, e a província de Neuquén assinaram um acordo conjunto de captura de carbono.

Segundo o acordo, a Vista conduzirá estudos focados na certificação e sequestro de carbono em áreas designadas de floresta de pinheiros, informou o governo da província em um comunicado.

A Vista pretende atingir uma taxa de produção de 100.000 boe/d em 2026, em comparação com os 56.400 boe/d relatados para 2023. A empresa está focada na formação de Vaca Muerta, cuja maior parte fica na província.

No último trimestre, a Vista – listada na bolsa de valores mexicana – exportou 2 MMb, representando 49% do volume total de vendas de petróleo e 53% das receitas totais do petróleo.

Uma pesquisa conduzida recentemente pela Vostock Capital, empresa de consultoria e serviços de gestão de eventos com sede em Londres, concluiu que garantir a sustentabilidade ambiental e atrair investimentos diversos deveria ser o principal objetivo regulamentar do setor de hidrocarbonetos da Argentina.