México construirá veículo elétrico com investimento público-privado

O governo de Claudia Sheinbaum pretende construir o primeiro miniveículo elétrico mexicano de baixo custo, sob um novo fabricante denominado Olinia, por meio de parcerias público-privadas, com o objetivo de melhorar a mobilidade urbana nas cidades mexicanas e de acordo com os objetivos sustentabilidade da União Europeia, informaram autoridades nesta segunda-feira (6).

O coordenador do projeto, Roberto Capuano, deu detalhes do plano, cujo objetivo é fabricar três modelos em uma ou mais montadoras localizadas em diferentes cidades até o final do semestre, em 2030, embora esperem ter o primeiro unidades produzidas do primeiro modelo em 2026 para a abertura da Copa do Mundo daquele ano, no estádio Azteca.

“A ideia, então, é ter o projeto pronto o mais rápido possível. E para a montadora terá que ser aberto um concurso, provavelmente para ver qual empresa privada oferece melhores condições para poder construir”, afirmou a presidente na sua conferência diária.

“Quando se trata de construção de veículos, as peças podem ser construídas em diferentes locais e montadas em diferentes locais. Este é um dos objetivos, porque viajar de carro de Sonora para Yucatán […] aumenta o custo do veículo. Se pudermos ter uma montadora em Yucatán e outra em Sonora, seria muito bom, além de contar com montadoras regionais que nos permitam fornecer o veículo a um custo menor”, acrescentou Sheinbaum.

Capuano, por sua vez, anunciou que a Olinia será a primeiro fabricante de miniveículos elétricos desenvolvidos pela engenharia mexicana para resolver os problemas de mobilidade urbana do país, por isso o portfólio inicial considera três soluções ou modelos: um para mobilidade pessoal, outro para mobilidade nos bairros e outro para entregas de última milha.

“O nosso objectivo é lançar os três modelos numa empresa com investimento público e investimento privado, que seja economicamente viável e tenha perspectivas de longo prazo”, reiterou o responsável.

Os três modelos teriam o mesmo chassi, motor e bateria, com carrocerias diferentes adaptadas a diferentes necessidades.

O plano é executado sob a égide da recém-criada Secretaria de Ciência, Humanidades, Tecnologia e Inovação, com a participação do Instituto Tecnológico Nacional do México e do Instituto Politécnico Nacional. Capuano especificou que pretende uma faixa de preço por unidade entre 90 mil (US$ 4.430) e 150 mil pesos, dependendo do modelo, aliada a modelos de financiamento “justos” que disponibilizem a mobilidade elétrica aos mexicanos.

O orçamento público inicial para este ano é de 25 milhões de pesos que serão distribuídos entre as instituições acadêmicas participantes, além dos salários dos pesquisadores, segundo Capuano, que acrescentou que estão sendo feitas as mudanças necessárias para que possam se dedicar em tempo integral ao plano e evitar atrasos.

“Estamos identificando os atores que estão no país e a procurar a forma mais eficaz de trabalhar com eles”, disse o coordenador do projeto. “Estamos buscando ativamente trabalhar com a indústria que já existe no país nesse tipo de veículos”.

Capuano garantiu que já iniciaram conversas com os diversos estados que já possuem fabricação de autopeças, e este mês visitarão Puebla e Sonora para avaliar e conhecer mais sobre as capacidades existentes.