México: exército construirá primeiro projeto de infraestrutura de Sheinbaum

A presidente mexicana Claudia Sheinbaum deu início aos seus principais projetos de infraestrutura ao liberar as obras de pré-construção de uma ferrovia que será construída pelo exército.

A linha de passageiros de 64 km conectará o Aeroporto Internacional Felipe Ángeles (AIFA), nos arredores da Cidade do México, com Pachuca, no estado de Hidalgo.

“Todos os estudos estão começando, o projeto já tinha iniciado [na gestão anterior] principalmente com a faixa de servidão do trem, mas agora começa o voo Lidar, que é uma tecnologia que permite levantamentos topográficos que podem nos dizer quais são os problemas ao longo do trajeto”, declarou Sheinbaum durante sua entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (7).

A presidente também revelou que a Secretaria de Infraestrutura, Comunicações e Transportes (SICT) receberá os fundos para o projeto e que engenheiros militares o executarão.

“Agora, Sedatu [a Secretaria do Desenvolvimento Agrário, Territorial e Urbano] será envolvida para saber se temos todos os direitos de passagem, a Secretaria do Meio Ambiente autorizou o início dos estudos. A SICT receberá os recursos e haverá uma colaboração com engenheiros militares para realizar essas obras”, disse ela.

Segundo o titular da SICT, Jesús Esteva Medina, o capex para o projeto é estimado em 50 bilhões de pesos (US$ 2,5 bilhões). O projeto foi elaborado durante o governo anterior, de Andrés Manuel López Obrador, e também era conhecido como Trem Tolteca, mas não avançou tão rápido quanto o esperado. Sheinbaum, que assumiu o cargo em 1º de outubro, prometeu a conclusão do projeto durante sua campanha eleitoral, assim como a segunda colocada, Xóchitl Gálvez.

Sheinbaum também mencionou em sua coletiva de imprensa que manteve reuniões com três fabricantes internacionais de trens para discutir o material rodante para o projeto, sendo eles a francesa Alstom, que tem uma fábrica no estado de Hidalgo, a espanhola CAF, que tem uma fábrica em Huehuetoca, no estado do México, e a Siemens.

“Haverá um processo de licitação pública internacional e nosso interesse é que a maior parte seja fabricada no México”, explicou a presidente.

O projeto deverá ficar pronto até o final de 2026 e o início das operações está previsto para o primeiro trimestre de 2027.

O setor privado pediu que o exército fosse mantido fora de projetos de infraestrutura como os realizados por López Obrador.

“Com esta ação, os militares do México reafirmam o compromisso de nos envolvermos na construção de obras estratégicas que o progresso do país exige”, afirmou o general Ricardo Trevilla, secretário da Defesa, durante uma cerimônia no fim de semana, informou o meio de comunicação Proceso.

O governo mexicano segue avaliando se os novos projetos de trens de passageiros que Sheinbaum pretende construir durante sua gestão serão operados pelas mesmas empresas criadas por López Obrador, as quais que estão nas mãos da Secretaria da Defesa e da Secretaria da Marinha (Semar).

“Há uma empresa pública que o presidente López Obrador criou que fica sob a Sedena: eles administram o Trem Maia. A Semar também tem uma empresa que administra o corredor interoceânico. Estamos avaliando se os novos trens serão administrados por eles ou por outra entidade, mas são trens de serviço público, não privados”, concluiu a presidente.