Milei quer privatizar operadora ferroviária Belgrano Cargas

A operadora de transporte ferroviário Belgrano Cargas está na lista de estatais que serão privatizadas pelo presidente argentino Javier Milei, que classificou a empresa como “obscenamente deficitária”.

A empresa, que Milei alega ter exigido US$ 112 milhões em subsídios estatais no ano passado, opera 7.600 km de ferrovias que serão operadas por meio de concessões, “que agora serão arrendadas a entidades privadas, enquanto os trilhos e terrenos continuarão sendo propriedade do governo nacional”, disse ele em uma declaração da presidência.

O processo de privatização será liderado por Diego Chaher, diretor da agência de transformação de empresas públicas, que faz parte do Ministério da Economia.

“A privatização visa aumentar a competitividade do transporte ferroviário de cargas, promovendo investimentos no setor e introduzindo princípios orientados ao mercado na indústria ferroviária”, destacou Milei.

“Nas mãos do Estado, a Belgrano Cargas está obscenamente deficitária, tem um quadro de funcionários superdimensionado, com 4.429 pessoas, e uma estrutura hierárquica inchada que não está alinhada com suas funções reais”, acrescentou.

O presidente também ressaltou que a produção agrícola nacional aumentou seis vezes nos últimos 50 anos, mas a Belgrano Cargas ainda transporta a mesma quantidade de carga que transportava há 15 anos.

A Belgrano Cargas transportou 2,75 milhões de toneladas de carga no ano passado, segundo dados da Comissão Nacional de Regulação de Transportes (CNRT).

O governo privatizou a empresa em 1999, mas após anos de baixo investimento, concessões malsucedidas e deterioração da infraestrutura ferroviária, ela acabou sendo renacionalizada em 2013.

Milei planeja privatizar uma série de outras estatais, como a empresa de abastecimento de água de Buenos Aires Aysa, a companhia aérea Aerolineas Argentinas, o Banco Nación e a empresa de energia Enarsa, informou a imprensa local no início desta semana.