
Millicom não planeja novas aquisições na América Latina por enquanto

A Millicom, importante player do setor de telecomunicações na América Central e na América do Sul de língua espanhola, não tem como objetivo realizar novas aquisições na região em um futuro próximo. Em vez disso, a empresa está se concentrando no crescimento orgânico.
“Não estamos no modo de M&A. Estamos em um momento operacional”, disse o CEO Mauricio Ramos (foto) a investidores em uma teleconferência de resultados, destacando, porém, que pequenos acordos podem ser necessários para proteger a participação de mercado da empresa.
Em novembro, no que provavelmente foi a maior operação regional de M&A do setor de telecomunicações de 2021, a Millicom comprou os 45% restantes de sua JV Tigo Guatemala da Miffin Associates por US$ 2,2 bilhões.
O grupo Millicom, que tem sede em Luxemburgo, concluiu recentemente sua saída da África, com a venda das suas operações na Tanzânia, para se concentrar na América Latina, onde atua em nove países.
Ramos estava se referindo ao possível interesse da Millicom nos ativos da Digicel, empresa com sede na Jamaica, no Panamá. No entanto, o CEO afirmou: “Nosso foco no Panamá é amplamente orgânico. Não queremos nos distrair” com aquisições.
A Digicel Panama, a menor entre os players nacionais nesse mercado, anunciou no início deste mês que estava deixando o país, solicitando a liquidação de seus ativos após a aprovação da fusão da Cable & Wireless Panama (CWP), da Liberty Latin America, com a Claro Panama, da América Móvil.
Segundo o Digicel Group, o Panamá é um mercado que não garante uma concorrência saudável e tem uma entidade reguladora que não fez os ajustes necessários para um terceiro e menor concorrente.
Com a compra da Claro e a saída anunciada da Digicel, o mercado panamenho seria reduzido de quatro concorrentes para dois grandes players: CWP e Tigo, da Millicom.
Esta semana, o gabinete do Panamá anunciou que está assumindo “o controle da concessionária [Digicel Panamá]”, por meio da autoridade de serviços públicos (ASEP), “com o objetivo de garantir a continuidade dos postos de trabalho e do serviço de comunicações pessoais”.
Segundo Ramos, um mercado de telecomunicações com dois players no país é ideal para a maioria dos países latino-americanos, principalmente os menores, como Panamá e Bolívia.
Na Bolívia, o fundo Trilogy International anunciou no mês passado a venda de sua participação de 71,5% na NuevaTel, que opera sob a marca Viva, ao grupo Balesia.
A Viva concorre com a Tigo Bolivia, subsidiária da Millicom, que tem um perfil comercial e financeiro muito mais forte, e com a estatal de telecomunicações e líder de mercado Entel.
Embora o destino da Viva no grupo Balesia não esteja claro, Ramos acredita que a Bolívia também caminha para ser um mercado com dois players. A Millicom não está buscando nenhuma aquisição lá no momento.
Ao contrário da Digicel, Ramos disse que a Millicom considera que o mercado panamenho tem uma estrutura regulatória adequada, com “política de espectro muito boa” em preços e paridade.
O CEO também afirmou que a Millicom está em processo de compra de espectro na banda AWS no Panamá, depois que as autoridades aprovaram a concessão da frequência e o preço do espectro.
PERSPECTIVA
Na teleconferência, Ramos confirmou a orientação de capex divulgada anteriormente de US$ 1 bilhão por ano, em média, na América Latina para este e os próximos dois anos.
Em 2021, a Millicom ultrapassou US$ 1 bilhão em capex, com o valor encerrando o ano em US$ 1,11 bilhão, um aumento de 18% em relação a 2020.
No primeiro trimestre de 2022, o capex da Millicom totalizou US$ 199 milhões, alta de 65,5%.
O CEO também disse que a empresa está no caminho certo com seu plano de 12 a 24 meses para desmembrar os negócios de infraestrutura e serviços financeiros móveis (Tigo Money) e que já contratou consultores financeiros, jurídicos e técnicos.
O serviço Tigo Money também deve ser lançado no Panamá ainda este ano.
DESEMPENHO
A receita total do primeiro trimestre da Millicom aumentou 40,9% em relação ao ano anterior, para US$ 1,41 bilhão.
A empresa encerrou março com quase 40 milhões de assinantes móveis (aumento de 5,4%), 19,3 milhões dos quais eram clientes 4G, e 12,2 milhões de assinantes domiciliares (aumento de 5%), dos quais 12 milhões eram cabos coaxiais de fibra híbrida ou fiber-to-the-home (FTTH) completa.
O negócio fixo foi impulsionado por Colômbia, Guatemala e Bolívia, enquanto as operações móveis tiveram um desempenho particularmente bom em El Salvador e Nicarágua.
Na Guatemala, tradicionalmente uma das subsidiárias com melhor desempenho da Millicom, a atuação no primeiro trimestre foi prejudicada pela escassez global de chipsets, segundo Ramos.
A Millicom também está enfrentando um ambiente móvel competitivo desafiador no Paraguai, onde, para compensar, está apostando em seus negócios fixos, e “momentos complicados de preços no setor móvel” na Bolívia.
Na Colômbia, onde o grupo passou a ter espectro na faixa de 700 MHz, o cenário é ainda mais competitivo, com quatro fortes players móveis – Claro, Movistar, Tigo e WOM.
Sem dar detalhes, Ramos disse que a Tigo Colombia está se preparando para entrar no mercado de telefonia fixa em Bogotá com o uso de infraestrutura de fibra de terceiros.
No início deste mês, Ximena Mora Méndez, CEO da ON Net Fibra Colombia – a JV atacadista de fibra recém-lançada entre a Telefónica e a KKR no país – disse à BNamericas que o grupo estava conversando com 15 possíveis clientes, incluindo grandes operadoras.
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