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Mineração brasileira enfrentaria desafios apesar do capex esperado de US$ 50 bi em 2023-27

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Mineração brasileira enfrentaria desafios apesar do capex esperado de US$ 50 bi em 2023-27

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) está coletando informações de stakeholders do setor de mineração para anunciar os detalhes dos planos de investimentos das empresas para os próximos cinco anos.

O capex combinado das empresas de mineração brasileiras deve chegar a US$ 50 bilhões no período de 2023 a 2027, acima dos US$ 40,4 bilhões entre 2022 e 2026, de acordo com o Ibram.

“Nossa pesquisa ainda está em um estágio muito inicial, mas temos visto nos últimos meses que há muitos anúncios de investimentos em exploração mineral sendo feitos e poucos anúncios sobre projetos avançados, o que pode significar que o valor final dos investimentos projetados nos próximos anos será menor do que é hoje, mas nada muito drástico. Acredito que devemos ter um valor de capex projetado para o próximo ciclo [de cinco anos] entre US$ 48 bilhões e US$ 50 bilhões”, disse à BNamericas Julio Nery, diretor de sustentabilidade e assuntos regulatórios do Ibram.

Segundo o dirigente, os detalhes do capex para o ciclo de 2024 a 2028 devem ser divulgados pela associação em janeiro.

A atual projeção de capex para 2023-27 descreve investimentos de US$ 16,9 bilhões no segmento de minério de ferro até 2027. Enquanto isso, a mineração de cobre deverá receber investimentos de US$ 4,47 bilhões, e de níquel, US$ 2,38 bilhões. Outros US$ 5,22 bilhões estão previstos para investimentos em fertilizantes, US$ 4,96 bilhões em operações de bauxita e US$ 2,8 bilhões em projetos de ouro.

Para o período de cinco anos, stakeholders do setor de mineração também devem investir US$ 4,44 bilhões em logística e US$ 6,5 bilhões em práticas ESG.

TURBULÊNCIAS À FRENTE

Os players de mineração no Brasil se preocupam com o cenário que enfrentarão no próximo ano, em meio à turbulência geopolítica internacional em curso, que aponta para maior instabilidade.

“O cenário internacional cria muitas dificuldades para a indústria de mineração, que é um setor global. Já tivemos a polarização entre os EUA e a China e também os efeitos do ataque à Ucrânia pela Rússia. Agora temos de acrescentar os impactos do ataque do Hamas contra Israel a esses fatores de instabilidade”, apontou o presidente do Ibram, Raul Jungmann.

A receita do setor de mineração brasileiro atingiu R$ 53,9 bilhões (US$ 10,7 bilhões) no terceiro trimestre de 2023, valor abaixo dos R$ 75,8 bilhões registrados no mesmo período do ano passado, segundo o Ibram.

Além das preocupações com o cenário internacional, Jungmann também manifestou preocupação com problemas internos, ligados à reforma tributária em discussão no Senado.

A reforma foi aprovada pela Câmara em julho. O objetivo é simplificar o sistema tributário, mas também daria aos estados brasileiros o poder de cobrar impostos sobre produtos primários e semiacabados para financiar gastos com infraestrutura e habitação. Os representantes das áreas de mineração, petróleo, gás e agricultura afirmam que isso provavelmente aumentará os impostos nesses setores.

Jungmann e o vice-presidente do Ibram, Fernando Azevedo e Silva, se reuniram recentemente com o relator do projeto no Senado, Eduardo Braga, para conversar sobre os possíveis novos poderes a serem entregues aos estados.

“Mostramos ao senador os nossos argumentos para tentar reverter essa parte da lei que está sendo discutida, mas os sinais não são bons. Ele [Braga] nos disse que seria difícil reverter isso no Senado, porque atualmente há 15 senadores representando cinco governadores [de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Bahia e Tocantins] que não permitirão que isso seja retirado da reforma”, afirmou Jungmann.

“Esse é um problema gravíssimo, porque prejudica a competitividade das mineradoras brasileiras em relação aos rivais internacionais, inibe novos investimentos e gera insegurança e imprevisibilidade na gestão das empresas. Essa situação afeta o desempenho do setor e se reflete automaticamente na arrecadação de impostos e taxas e também pode afetar a balança comercial do Brasil”, acrescentou.

PONTO POSITIVO

Apesar das perspectivas nebulosas, Jungmann destacou um raio de esperança. Segundo ele, o setor de mineração provavelmente receberá o impulso de uma iniciativa apoiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“A boa notícia é que estamos trabalhando com a equipe do BNDES e antes do final do ano ele deverá anunciar a criação de fundos específicos para financiar projetos envolvendo minerais críticos ligados à transição energética”, completou.

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