Mineradoras devem investir cerca de US$ 65 bi no Brasil até 2028

As mineradoras que operam no Brasil planejam investir um total combinado de US$ 64,5 bilhões entre 2024 e 2028, quantia significativamente mais alta do que os US$ 50 bilhões previstos para 2023 a 2027, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

“O setor de mineração provavelmente aumentará o volume de investimentos nos próximos anos diante do aumento da necessidade de mais produção na área de minerais críticos, para atender a demanda relacionada à transição energética”, respondeu Raul Jungmann, presidente do Ibram, a uma pergunta da BNamericas durante teleconferência com repórteres na quarta-feira (31).

“O Brasil é uma importante fronteira global para a expansão de projetos de energia renovável e há um caminho a seguir, reforçando toda a cadeia de valor que isso implica, de insumos a serviços”, disse à BNamericas Paula Dalbello, country manager da EDP Renováveis, durante a conferência Energyear, realizada na quarta-feira (31).

O minério de ferro, principal produto da mineração brasileira, deverá receber investimentos de US$ 17,3 bilhões até 2028, superando os US$ 16,9 bilhões de dólares de 2023 a 2027, segundo o Ibram.

A previsão para o segmento de cobre é de US$ 6,74 bilhões, acima dos US$ 4,47 bilhões do período anterior, enquanto o níquel deverá ver os investimentos aumentarem quase 90%, para US$ 4,44 bilhões.

Além disso, US$ 5,58 bilhões serão destinados a investimentos em fertilizantes, US$ 1,80 bilhão para bauxita e o ouro receberá US$ 1,54 bilhão.

Para 2023 a 2028, o Ibram também destacou grandes investimentos esperados em logística (US$ 10,4 bilhões) e práticas ESG (US$ 10,7 bilhões).

Jungmann mencionou que a possibilidade de aumento de impostos para o setor representa um risco para o aumento dos investimentos.

Ele acrescentou que o Ibram está em negociações com o BNDES para a estruturação de um fundo de apoio a projetos de exploração mineral.