Modelo de inovação aberta cresce em meio a ‘soluços’ no venture capital

O ecossistema de parcerias entre startups e empresas que utilizam o modelo de inovação aberta se tornou cada vez mais importante no Brasil e na América Latina em geral, em meio à desaceleração do financiamento de venture capital e dos investimentos em private equity.

Essa é a opinião de Bruno Rondani, fundador e CEO da plataforma brasileira 100 Open Startups.

“O venture capital, se não inovar, vai continuar cíclico. Vamos viver de soluços, de bolha em bolha. Vimos a bolha do ponto com, a bolha do mobile e agora teve essa bolha da pandemia com a transformação digital, tecnologia em geral”, disse Rondani à BNamericas.

A 100 Open Startups é uma plataforma de engajamento de startups e empresas criada e mantida por mais de 100 organizações globais líderes, que juntas avaliam e classificam startups em todo o mundo para a geração de negócios. Ela afirma ser a maior do seu tipo no Brasil.

A opinião de Rondani é que o venture capital em geral e a tecnologia em particular se tornaram excessivamente dependentes da precificação e valuation das empresas que querem investir, o que gera picos nos investimentos.

Isto ajuda a explicar o inverno das startups, fenômeno que marcou o esgotamento dos financiamentos, que Rondani acredita ter sido em grande parte limitado por grandes investimentos individuais e grandes rodadas de financiamento.

A inovação aberta, por sua vez, surgiu com um modelo horizontal de parcerias entre empresas e startups sem necessariamente envolver capital ou ter que recorrer a fundos de investimento.

“O ecossistema de inovação não comporta mais a decisão de três, quatro executivos sentados em uma mesa com formação financeira e em administração. Felizmente, já vemos outros perfis de venture capital surgindo, fazendo fundos multi-corporate, multissetoriais, fundos de startup B2B”, avaliou Rondani.

A Ranking 100 Open Startups é uma publicação anual utilizada por grandes instituições e investidores como guia para acompanhar as startups e scale-ups mais atrativas para o mercado corporativo, além de destacar empresas, agentes de ecossistema, investidores e executivos que mais se relacionam com startups.

Desde a sua criação em 2016, a plataforma contou com a participação de mais de 32 mil startups e 7 mil corporações, além de  possuir mais de 100 mil relações de inovação aberta registradas, de acordo com a 100 Open Startups.

Os players inscritos incluem aceleradoras, investidores anjos e ecossistemas como Distrito, Cubo do Itaú, Endeavor, Connect Bogotá, AgTech Garage, Finep e Amcham Brasil, além da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES).