Moedas mais fracas no Brasil e na Argentina pesam nos resultados do Google

O crescimento da receita do Google no quarto trimestre na América Latina, Caribe e Canadá foi prejudicado pelos efeitos cambiais, com o dólar se fortalecendo em relação ao peso argentino e ao real brasileiro, informou a holding Alphabet em sua mais recente divulgação de resultados.

A Alphabet divide suas operações globais em Estados Unidos, EMEA (Europa, Oriente Médio e África), APAC (Ásia-Pacífico) e Outras Américas.

No último trimestre de 2024, a unidade Outras Américas entregou US$ 6,3 bilhões em receitas em moeda constante, para um crescimento de 11%. Ela foi afetada por US$ 565 milhões em flutuações cambiais – a maior em todas as geografias.

No geral, Outras Américas foi responsável por 6% da receita líquida total do grupo em 2024 – percentual estável em relação a 2023.

Enquanto isso, os EUA foram responsáveis por 49% das receitas do Google em 2024, aumentando sua participação a partir de 2023, à medida que EMEA e APAC perderam terreno.

INVESTIMENTOS

No final de 2024, o Google abriu sua primeira região de nuvem no México, somando-se às existentes em Santiago, no Chile, e São Paulo.

O ano também foi marcado pelo início da construção do datacenter Teros, de US$ 850 milhões, no departamento de Canelones, no Uruguai.

Na teleconferência de resultados do quarto trimestre da empresa, o CEO Sundar Pichai informou que o Google iniciou 11 novas regiões de nuvem e campi de datacenter no ano passado, ao mesmo tempo em que anunciou planos para sete novos projetos de cabos submarinos.

Embora não seja um projeto da empresa, o Google anunciou em 2024 sua entrada – como investidor e inquilino – no cabo submarino Humboldt, promovido pelo governo chileno.

Anunciado antes de 2024, mas com ativação prevista para este ano, o cabo submarino Firmina do Google conectará EUA, Brasil, Argentina e Uruguai.

GASTOS COM DATACENTERS

Pichai e outros executivos da empresa foram questionados sobre gastos com datacenters e infraestrutura digital após o anúncio do DeepSeek na China.

“Analisamos cada investimento que fazemos para garantir que estamos fazendo da maneira mais econômica possível para otimizar nossos datacenters […]. Nossa estratégia é principalmente confiar em nossos próprios datacenters de autoprojeto e construção”, afirmou CFO Anat Ashkenazi.

Pichai comentou que os sites do Google estão entre os mais eficientes do mundo. “Os datacenters do Google fornecem quase quatro vezes mais poder de computação por unidade de eletricidade em comparação a apenas cinco anos atrás. Tais eficiências, juntamente com a escalabilidade, custo e desempenho que oferecemos, são o motivo pelo qual as organizações escolhem cada vez mais a plataforma do Google Cloud”.

Ainda de acordo com Pichai, os clientes do Google Cloud consomem hoje mais de oito vezes a capacidade de computação para treinamento e inferência em comparação a 18 meses atrás.

Quanto ao investimento de capital, Pichai anunciou planos de investir aproximadamente US$ 75 bilhões em 2025, com até US$ 18 bilhões no primeiro trimestre.

A maior parte será destinada à infraestrutura, que inclui servidores e datacenters.