Moody’s eleva rating da mineradora peruana Buenaventura

A Moody’s elevou o rating da mineradora peruana de metais preciosos Buenaventura e alterou a perspectiva de estável para positiva.

A agência elevou a classificação da família corporativa e das notas seniores sem garantia de ‘B2’ para ‘B1’ devido a melhorias operacionais por conta de novas infraestruturas e melhorias no plano de mina em El Brocal, Yumpag e Ucchuchacua.

Segundo a Moody’s, as minas contribuirão com 59% do fluxo de caixa da Buenaventura até 2025 e reduzirão gradualmente a dependência da empresa dos dividendos de sua participação na mina de cobre Cerro Verde.

“A geração de Ebitda consolidado e a posição de custos melhorarão ainda mais quando a mina San Gabriel estiver totalmente operacional, no segundo semestre de 2025, gerando operações diretas autossustentáveis e reduzindo a dependência da empresa dos dividendos de sua participação de 19,58% na Sociedad Minera Cerro Verde”, aponta o relatório.

Em San Gabriel, projeto de ouro na região de Moquegua, a mineradora ajustou recentemente para cima a estimativa de capex de US$ 470 milhões para US$ 650 milhões, e o investimento estimado para 2024 de US$ 220 milhões para US$ 280 milhões. A expectativa é que a mina produza 130.000 oz de ouro e 69.000 oz de prata nos primeiros três anos.

PERSPECTIVA

A Moody’s espera que a Buenaventura continue melhorando a situação de custos de suas operações diretas e mantenha uma boa liquidez graças ao aumento dos preços dos metais, aos dividendos, à estrutura de custos e ao perfil conservador da diretoria na gestão dos negócios.

A mineradora tinha US$ 172 milhões em caixa no final de junho e outras fontes de liquidez incluíam US$ 200 milhões em linhas de crédito, US$ 170 milhões provenientes da venda de ativos e cerca de US$ 120 milhões de dividendos.

“No entanto, as despesas de capital associadas à construção de San Gabriel levarão o fluxo de caixa livre negativo para US$ 160 milhões, em média, no período de 2024 a 2026. Esperamos que a empresa mantenha fontes suficientes de liquidez, incluindo fluxo de caixa de operações diretas e instalações comprometidas, para financiar seu plano de expansão”, afirma o relatório.

“A Buenaventura tem US$ 550 milhões em notas seniores sem garantia com vencimento em julho de 2026, e esperamos que a empresa as refinancie com pelo menos 12 meses de antecedência.”

“Nossos esforços visam mitigar os riscos associados à construção de San Gabriel, cumprindo os prazos e despesas de capital estabelecidos, além de continuar otimizando a redução de custos em nossas operações para melhorar a lucratividade e manter uma posição financeira sólida”, declarou a Buenaventura em um comunicado dirigido ao mercado.