Moody’s eleva rating da mineradora peruana Volcan

A Moody’s elevou pela primeira vez o rating da mineradora polimetálica peruana Volcan, após três rebaixamentos consecutivos entre 2023 e 2024.

A atualização de ‘Caa3’ para ‘Caa1’ é explicada pela redução do risco após o anúncio da empresa de que havia chegado a um acordo para refinanciar seu empréstimo de US$ 400 milhões, cuja primeira parcela venceria em abril e foi adiada para junho.

A agência de classificação explicou que o novo empréstimo se beneficiará de um pacote de garantias que inclui um fideicomisso para as contas a receber, ações de subsidiárias e hipotecas sobre a maioria dos ativos da Volcan. A empresa tem 12 minas e 8 plantas de processamento.

“O empréstimo a prazo também desfrutará de um mecanismo de varredura de caixa que permitirá que 50% do excesso de caixa – acima de US$ 70 milhões – seja usado para reembolsar o empréstimo, e os outros 50% para financiar a expansão do projeto Romina, um ativo polimetálico com investimento estimado em US$ 125 milhões até 2026, além de cerca de US$ 20 milhões”, informou a Moody’s em um comunicado enviado ao regulador de valores mobiliários SMV.

Em 24 de julho, a Volcan anunciou a assinatura de uma modificação em seu contrato de empréstimo sindicalizado, prorrogando a data de vencimento de julho de 2026 para julho de 2029.

A Moody’s espera que a Volcan gere um fluxo de caixa negativo de US$ 21 milhões este ano, US$ 100 milhões em 2025 e US$ 45 milhões em 2026. De acordo com a agência de classificação, o resultado será devido a pagamentos de juros mais elevados e ao capital ligado ao projeto Romina, que não gerará fluxos positivos até 2026, pelo menos.

“Acreditamos que a empresa precisará contrair novas dívidas para financiar a construção deste projeto, com a alavancagem atingindo um máximo de 3,5x em 2025. Segundo o contrato de empréstimo, a Volcan pode aumentar a dívida em US$ 125 milhões para financiar Romina, e US$ 70 milhões para fins de capital de giro”, detalhou o relatório.

Embora a atualização de ‘Caa3’ para ‘Caa1’ seja uma melhoria nas perspectivas da mineradora, ainda é uma classificação baixa. Em março de 2023, o rating da companhia era ‘B1’. Para a Moody’s, a mineradora ainda reflete riscos de liquidez, volatilidade de rendimentos devido à exposição aos preços de commodities com custos estruturais elevados e uma baixa economia de escala em comparação com seus pares globais.

A agência acrescentou que a entrada da argentina Transition Metals no quadro acionário da Volcan, com 23% de participação, é positiva para a empresa.