MP recomenda mais avaliação no projeto do Bloco 8, de US$ 2,1 bi, em MG

Os promotores de Minas Gerais recomendaram que as autoridades estaduais conduzam uma avaliação mais aprofundada do complexo de minério de ferro do Bloco 8, da Sul Americana de Metais (SAM), avaliado US$ 2,1 bilhões, antes de autorizar as licenças para o projeto.

A recomendação do Ministério Público (MP) considera que “a aprovação da Licença Prévia e do Licenciamento Ambiental Trifásico, do projeto Bloco 8, em trâmite, poderá causar sérios impactos sociais, econômicos e ambientais, principalmente na região dos municípios de Grão Mogol, Padre Carvalho, Fruta de Leite e Josenópolis, no Norte de Minas”, afirmou o MP em comunicado.

Os promotores também solicitaram a suspensão de uma audiência pública entre as partes interessadas para discutir questões do projeto, prevista para ocorrer entre 29 e 30 de março.

“A empresa insiste na necessidade de realizar as audiências públicas marcadas para os dias 29 e 30 de março, que são de grande importância para informar o público sobre o projeto e receber sugestões e opiniões dele”, disse um porta-voz da empresa à BNamericas.

A recomendação dos promotores pode atrasar ainda mais o início do projeto. A SAM, unidade local da chinesa Honbridge Holdings, esperava obter a aprovação ambiental de seu projeto no final do ano passado, após o que solicitaria as licenças de instalação e operação. A empresa não fornece mais uma estimativa de quando obterá as licenças.

O Bloco 8 é um dos maiores projetos de mineração do Brasil, em termos de capex e produção prevista. Espera-se que produzirá 27,5 milhões de toneladas por ano de minério, e incluirá uma barragem de rejeitos.

A mina será conectada por um duto de 482 km, construído pela Lotus Brasil Comércio e Logística, da cidade de Grão Mogol, ao terminal Porto Sul, na Bahia.