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‘Não há energia mais barata do que aquela que não é consumida’

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‘Não há energia mais barata do que aquela que não é consumida’

Os ventos favoráveis à eficiência energética e à redução de emissões estão se fortalecendo no setor empresarial do Chile, decorrentes de políticas públicas e esfera econômica.

O país conta com uma legislação sobre eficiência energética e mudança climática em vigor enquanto um plano de eficiência energética aguarda finalização.

Um segundo impulsionador importante é o recente descongelamento das tarifas de eletricidade para usuários regulados e a perspectiva iminente de maiores encargos de serviços públicos para grandes clientes industriais, alimentando em conjunto o interesse por soluções voltadas para mitigar os impactos nos custos operacionais das empresas.

Diversos stakeholders clamaram por ações durante uma conferência sobre eficiência energética na capital Santiago, onde os fornecedores delinearam um portfólio de soluções de eficiência.

“As tecnologias estão prontas, as políticas estão prontas; precisamos aprender uns com os outros”, disse Brian Motherway, diretor da Divisão de Transição Energética da Agência Internacional de Energia (AIE), durante o evento organizado pela organização público-privada chilena de desenvolvimento e inovação Fundación Chile, pela Associação de Eficiência Energética Anesco Chile, pela Agência de Sustentabilidade Energética do Chile e pelo Ministério da Energia.

Essa mensagem foi reiterada por Susana Jiménez, vice-presidente da Confederação de Comércio e Produção do País, CPC, e ex-ministra da Energia, que citou a importância de ações concretas.

Os delegados ouviram que uma das tarefas a nível nacional é aumentar a conscientização sobre as soluções de eficiência energética disponíveis e seus benefícios financeiros e ambientais.

O Chile é um pioneiro regional em matéria de eficiência energética e, em termos de implementação de regras de gestão energética para grandes empresas, está à frente da União Europeia.

Ignacio Santelices, gerente de Sustentabilidade da Fundación Chile, disse à BNamericas: “A eficiência energética é uma ferramenta-chave para avançar na transição energética e também para enfrentar a contingência de preços elevados, já que não há energia mais barata do que aquela que não é consumida”.

“Para progredir ainda mais, é essencial que o setor privado considere a eficiência energética como uma oportunidade para aumentar a produtividade dos seus processos, e precisamos de um mercado maduro de fornecedores”.

Um dos principais objetivos da lei de eficiência energética é uma redução global da intensidade energética de pelo menos 10% até 2030, em comparação com 2019. Para grandes consumidores com capacidade de gestão de energia, é obrigatória uma redução média da intensidade de pelo menos 4%. As autoridades estimam que será possível alcançar uma economia acumulada de mais de US$15 bilhões e uma redução de 28,6 milhões de toneladas em emissões de carbono até 2030.

A Anesco está trabalhando na linha da frente, oferecendo – por meio de seus membros – um conjunto abrangente de ferramentas.

Os grandes consumidores com capacidade de gestão energética são obrigados por lei a elaborar e implementar planos de gestão de energia, o que constitui um grande desafio para eles atualmente, destacou a presidente da Anesco, Roxana Silva, à BNamericas durante o evento, no qual fornecedores do segmento de eficiência energética e potenciais clientes se reuniram.

O Chile abriga cerca de 300 grandes consumidores de energia considerados capacitados em gestão energética.

Em termos de financiamento de sistemas de gestão de energia e bens de capital, os membros da Anesco operam sob o modelo de empresa de serviços energéticos, ou ESCO.

“Portanto, a implementação do projeto é paga com base nas economias alcançadas. É uma situação vantajosa para ambos e nos assegura que os projetos sejam bem-sucedidos tanto para as empresas quanto para nós”, disse Silva. 

As ESCOs chilenas utilizam principalmente empréstimos verdes, além de capital próprio, para implementar projetos.

A Anesco trabalha em toda a cadeia de valor da eficiência energética, desde as auditorias iniciais até a implementação de soluções, manutenção, monitoramento e treinamento.

“Para nós é importante estar presente em todas as etapas de todo o ciclo de eficiência energética. Isso porque o que fazemos como associação há vários anos é apresentar projetos abrangentes”, pontuou Silva. 

Em termos de tendências, Silva afirmou que o ambiente operacional está estimulando o interesse, aludindo à pressão ascendente sobre as despesas gerais de eletricidade.

“O mercado está evoluindo rapidamente dada a situação que temos em nível nacional. Portanto, as empresas perceberam que precisam se preocupar com o seu consumo”, segundo Silva.

Um amplo espectro de soluções está disponível, incluindo aplicativos de otimização operacional, bombas de calor, plataformas compartilhadas de carregamento de veículos elétricos, sistemas de iluminação LED, abastecimento de GNL para transporte pesado, bombas e motores de alta eficiência e (em fase piloto) mistura de gás natural e hidrogênio verde.

Em termos de despesas gerais de eletricidade, o governo está considerando medidas para financiar um aumento no alcance de um subsídio temporário para usuários finais vulneráveis. A proposta descreve que os US$ 300 milhões-US$ 350 milhões para a expansão dos subsídios viriam de um aumento temporário no imposto sobre o carbono (atualmente em US$ 5/t sobre emissores fixos), aumento das receitas fiscais decorrentes do aumento das contas de eletricidade e um aumento temporário na taxa de serviço público paga por grandes consumidores industriais.

Tanto as famílias quanto as pequenas e médias empresas estão enfrentando aumentos de dois dígitos nas contas à medida que os aumentos tarifários no segmento regulado entram em vigor.

Outros pontos importantes

Para o setor de mineração, um grande desafio é a transição do diesel como combustível para abastecer frotas de veículos, afirmou Marcos Cid, gerente de energia da mineradora Teck Resources Chile. As duas opções em análise são a eletricidade e o hidrogênio verde.

Para a indústria agrícola, Juan Carlos Sepúlveda, diretor da associação da indústria de frutas Fedefruta, disse que a água e a energia elétrica estão intimamente ligadas.

Ele mencionou que o setor precisa investir em energias renováveis e tornar-se mais eficiente.

A agrovoltaica – instalação de painéis solares elevados em terras agrícolas – é vista como uma solução de grande potencial no Chile, especialmente porque estes sistemas podem reduzir a evaporação da água de irrigação e gerar receitas durante as estações de descanso.

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