Negociações sobre financiamento climático começam a olhar além de 2025

Como ficará o financiamento climático depois de 2025, quando se espera que os países desenvolvidos cumpram sua promessa de US$ 100 bilhões por ano aos países em desenvolvimento, será um dos principais focos da segunda metade das negociações climáticas realizadas em Bonn, na Alemanha.

As conversas fazem parte de uma série que será realizada até 2024, e somente então uma nova meta quantificada coletiva (NCQG) será definida, disse um porta-voz do World Resources Institute (WRI) por e-mail.

O Acordo de Paris de 2015 estipulou que os US$ 100 bilhões seriam um piso “levando em consideração as necessidades e prioridades dos países em desenvolvimento”.

Uma reunião realizada no final de março, na África do Sul, não estabeleceu um número específico para a nova meta, mas os partidos reconheceram que, mesmo com os recursos mobilizados agora, o acesso ao financiamento climático é um desafio para os países em desenvolvimento.

Essas questões “variam do processo de credenciamento de entidades nacionais a diferentes fundos climáticos e capacidade limitada de acesso a financiamento devido a requisitos de aplicação complicados para retardar o desembolso de financiamento climático”, mostram os documentos.

Durante a semana passada, outras conversas, em Bonn, foram focadas em mitigação, regras de transparência e o controverso tópico de perdas e danos (L&D).

“Perdas e danos dominaram a atenção durante a primeira semana”, disse o porta-voz do WRI. Alguns países em desenvolvimento tentaram incluir um item de agenda oficial abordando essa questão, mas não foi adotado, no final.

Enquanto alguns participantes disseram que a ajuda humanitária era uma forma de financiamento relacionada a T&D, os países em desenvolvimento responderam que isso não cobre todo o escopo do que é necessário, como impactos de eventos de início lento e danos não econômicos.

“Agora, a grande questão é se L&D terá um espaço oficial na agenda da COP27 [no Egito, em novembro] para negociar um caminho a seguir, em vez de apenas falar mais sobre o assunto”, disse o porta-voz do WRI.

Durante a cúpula da COP26 em Glasgow, em novembro passado, uma proposta de criação de um fundo, dedicado a T&D, foi apoiada por todos os países em desenvolvimento presentes, mas nenhuma resolução foi adotada e a decisão foi continuar discutindo o assunto no futuro.